quarta-feira, 22 de novembro de 2023

Melhores Ideias: As melhores resenhas de livros do YouTube

Este Blog é parceiro do Melhores Ideias, canal do YouTube de resenhas de livros. 

Algumas resenhas no canal:ODISSEIA de HOMERO - A estória mais influente de todos os tempos - Clique e assista!

ILÍADA de HOMERO - O mais antigo e cultuado livro da cultura ocidental - Clique e assista!


FAHRENHEIT 451: As pessoas preferem telas ou livros? Resenha do livro de Ray Bradbury. - Clique e assista!


1984 -  A ilusão do totalitarismo - Resenha do livro de George Orwell - Clique e assista!



A BIBLIOTECA DA MEIA NOITE: Você mudaria o seu passado? - Resenha livro de Matt Haig - Clique e Assista!


E muito mais!


quinta-feira, 13 de abril de 2023

A Internet precisa de controle de conteúdo. Urgente.


Depois do recente caso do adolescente que matou uma professora a facadas, a imprensa denunciou que há muitas postagens e perfis na Internet que louvam e promovem esse tipo de ataque em escolas. Essa é só uma ponta do iceberg de conteúdos nocivos na Internet. O problema é muito pior.

O horror

Vários estudos mostram que as crianças estão começando a acessar pornografia explícita na Internet aos 8 ou 9 anos de idade. Aos 11, cerca de um terço das crianças já acessou.

Também são fáceis de encontrar na Internet publicações que encorajam violência, vandalismo, comportamentos perigosos ou danosos, ódio a pessoas ou grupos, as já citadas promoções de ataque em escolas e muitos outros conteúdos nocivos.

E fake news então? Todo dia vejo nas redes sociais publicações mentirosas. Algumas toscas, só uma pessoa radicalizada de direita ou de esquerda acreditaria,  mas outras, são super bem feitas para deliberadamente induzir o público ao erro.

Em resumo, na Internet de hoje, qualquer insano, mal-intencionado ou criminoso publica o que bem quiser e qualquer pessoa, inclusive crianças e adultos mentalmente frágeis, ou desiquilibrados, acessa o que bem quiser. Os controles, quando existem, beiram o deboche, como um botão "clique aqui para sair se for menor de 18 anos..." 

As ferramentas da democracia, governos, judiciário, polícias, tentam conter os casos mais graves. Mas os mecanismos da democracia foram criados para lidar com problemas anteriores à Internet, não tem capacidade, nem velocidade, para lidar com bilhões de publicações. 

Além disso, a própria legislação que hoje baseia as ações de controle não está preparada para todos os problemas novos, específicos da Internet. Por exemplo, o fato que qualquer indivíduo possa ter uma audiência igual ou maior que a de um canal de televisão.

Mas as redes sociais não excluem conteúdos danosos ou perigosos?

Várias redes sociais têm auto regulamentação, isto é, tem mecanismos para excluir conteúdos que, na opinião delas, são nocivos. Geralmente uma combinação de filtros pré estabelecidos pelos programadores e a possibilidade de usuários denunciarem o conteúdo de outros usuários.

Agora reflita comigo, prezada leitora, prezado leitor. Uma grande indústria de alimentos pode até se auto regulamentar para evitar alguns problemas com a comida que vende, mas vai de própria iniciativa retirar do mercado  todos os salgadinhos que lhe dão lucro, porque eles têm muita gordura e sal? Vai de própria iniciativa colocar, no seu chocolate mais vendido, um rótulo bem assustador avisando que consumo continuado de açúcar pode levar ao diabetes? 

Claro que não. No mundo inteiro é preciso os governos regulamentarem os teores máximos e mínimos de alguns ingredientes, proibir alguns conservantes e aditivos químicos, estabelecer qual informação nutricional é obrigatória nos rótulos e muitas outras regras. Isso previamente, além de mecanismos de fiscalizar, denunciar, proibir e punir, para os casos que escaparem dessa rede de segurança prévia.

Um paralelo com a indústria alimentícia se aplica à Internet. A auto regulamentação na Internet pode até segurar alguns exageros, mas hoje é feita de acordo com as possíveis boas intenções dos donos das empresas da Internet, não de acordo com critérios  a ser estabelecidos pelas instituições da democracia para esse fim e com força de lei.

Os algoritmos pioram o que já é ruim

A indústria alimentícia não exagera no sal, gordura, açúcar, glutamato, aromatizantes, corantes, etc. porque é vilã e quer fazer mal às pessoas. Faz porque isso leva a consumir de forma crescente o que ela vende. Obesidade, diabetes, ataque cardíaco, derrame, doença renal crônica, etc., advindos do consumo excessivo, são "só" efeitos colaterais.

Do mesmo modo, os algoritmos das redes sociais, sites e aplicativos, não oferecem conteúdo nocivo às pessoas porque as empresas são vilãs e querem fazer mal às pessoas. Fazem porque querem que consumam de forma crescente o que veiculam. Para isso, os algoritmos observam o que cada pessoa gosta de ver e vão aumentando a dose. Se você assiste vídeo de gatinho, a rede social lhe mostra mais filme de gatinho. Se assiste de acidente de carro, ela lhe mostra mais  acidente de carro.

Assim, qualquer gosto ou inclinação que a pessoa tenha, seja benigna ou seja tara, é retro alimentada pelos algoritmos, com mais e mais conteúdo relacionado. O objetivo do algoritmo é fazer as pessoas consumirem, numa espiral crescente, o conteúdo que oferece. Radicalização política, intolerância , isolamento social, violência, anorexia, automutilação, suicídio, etc. são "só" efeitos colaterais.

Para mim, os governos precisam intervir na Internet, como já fazem na indústria alimentícia. Fazer controle de conteúdo na Internet. Direto e dos algoritmos que selecionam o que é oferecido às pessoas.

Controle não é censura?

Na democracia nenhuma liberdade ou direito é absoluto, todos são regrados. Eu tenho o direito de ir e vir, mas se eu passar no farol vermelho a polícia pode me parar. Eu tenho liberdade de expressão, mas se eu ameaçar você de morte posso ir preso. Eu tenho o direito de comprar um revólver, mas tenho que ter 21 anos ou mais, de idade. Nada disso é ditadura, é o funcionamento normal da democracia. 

Assim, os governos criarem regras para o direito de publicar e acessar conteúdo na Internet, é tão normal e democrático quanto as regras que já existem para todo os outros direitos e atividades.

Chamar de censura qualquer tipo de controle de conteúdo na Internet é uma tentativa maldosa de associar uma salvaguarda sadia da democracia com uma prática perversa das ditaduras - calar os adversários. 

--------------------
hoje, qualquer maluco ou criminoso publica o que quiser e qualquer pessoa, inclusive crianças e adultos mentalmente desiquilibrados, acessa o que quiser
-------------------

Controle de conteúdo da Internet é para a democracia decidir o que pode ou não pode na Internet, assim como decide o que pode ou não pode nas ruas.

Eu não disse que é fácil

Mas saiba, prezada leitora, prezado leitor, que eu achar que é necessário maior controle de conteúdo na Internet, não significa que eu ache isso fácil. Nem de longe.

Primeiro, tem o problemão político: nos exemplos mais óbvios, criança de 8 anos acessar filme de sexo explícito, ou influenciador com milhões de seguidores dizer que gostaria que alguém desse um tiro no presidente, fica fácil ver o risco. Mas há muitos casos que não são tão claros. Pode ser difícil decidir o que é saudável e o que é nocivo para a sociedade, bem como nos casos nocivos, é difícil decidir até onde vai o direito das pessoas voluntariamente envenenarem a si mesmas e aos outros.

Então, o que pode e o que não pode na Internet? Quem decide isso? Como se faz para evitar  que quem decide use esse poder para seus interesses pessoais ou políticos (para calar os contrários, por exemplo)? 

Segundo, tem o problemão técnico: quando a Internet foi criada, não se imaginava que ela se tornaria  fundamental para a sociedade. Então, uma série de controles e seguranças não foram embutidos na sua estrutura básica. Por exemplo, não há checagem de identidade, nativa da Internet. Pelo contrário, a Internet estimula o anonimato e até a ocultação deliberada da identidade de quem publica ou acessa.  

Ainda na questão técnica, o gigante volume de publicação na Internet é maior do que pessoas seriam capazes de verificar manualmente. Qualquer forma de filtragem tem que ser automatizada. Porém, nem sempre a Inteligência Artificial consegue reconhecer problemas que humanos reconhecem.

Conclusão

Nenhuma sociedade civilizada deixa de enfrentar o crime, ou os acidentes de trânsito, só porque são problemas difíceis e para os quais não há soluções, só paliativos. 

Na minha opinião, o controle da publicação e acesso na Internet de conteúdos nocivos, danosos ou perigosos cai nessa mesma categoria. Não há "solução", mas enfrentar o problema pode diminui-lo.

Me parece que esse enfrentamento passa por estabelecer entidades que envolvam a sociedade e governos, na forma de agências governamentais, porém autônomas. Criar uma "Anvisa" + "Vigilância Sanitária" da Internet. A ideia de uma Agência se baseia em dois motivos principais: 

1) as regras de conteúdo da Internet tem que ser dinâmicas, serem continuamente ajustadas a mudanças na sociedade e na cultura. Não dá pra supor que uma lei feita de uma vez só preveja tudo. 
2) As regras de conteúdo têm que se manter razoavelmente isentas de contaminações ideológicas ou partidárias mais radicais, ou da posição do governo da vez. Como a gente viu no caso do enfrentamento da pandemia da Covid pela Anvisa, ou do enfrentamento da inflação pelo Banco Central, é possível construir entidades governamentais com uma certa isenção ideológica e partidária.

Também é preciso estabelecer legislação que permita às democracias forçarem as redes sociais, sites e aplicativos seguirem o que for estabelecido pelas Agências. Na democracia, todos respondem civil e criminalmente pelo jeito com que ganham dinheiro. As empresas de Internet não podem ser exceção.

Quanto às dificuldades tecnológicas, com pressão da sociedade e punições dos governos, estou tranquilo que as empresas encontrem as tecnologias. Já aconteceu em outras indústrias, como na automobilística. Pressionada, aumentou tremendamente a segurança dos carros, ao longo do tempo.

Eu sou otimista na capacidade da humanidade de resolver problemas. Mas para isso, é preciso que haja a vontade. Espero que este post dê a minha pequeníssima contribuição, para crescer na sociedade a vontade de mais controle de conteúdo na Internet, 

Gostou deste post? Compartilhe com os botões abaixo! Obrigado!

terça-feira, 4 de abril de 2023

Eu experimentei ChatGPT. Estou assustado.


Eu passei um tempo usando ChatGPT, o chat que "conversa" e responde sobre qualquer assunto com Inteligência Artificial. Também pesquisei alguns testes feitos por outras pessoas. Minha opinião em poucas palavras: é assustadoramente bom. 

Você acha que a inteligência artificial não é capaz de fazer o que você faz no seu emprego?

Recentemente aplicaram no ChatGPT a prova do Enem 2021. Cada uma das perguntas de português, matemática, ciências, etc, foi copiada, colocada na caixa de interface e perguntado qual  resposta certa. Em outro teste, foi solicitado ao ChatGPT escrever uma redação com o mesma tema do Enem. Resumo da ópera: o ChatGPT tirou uma nota entre 600 e 700 (de um total de 1000).

Você pode estar pensando, ah, essa inteligência artificial não é tão coisa de gênio assim, não tirou 1000. Mas eu preciso lembrar você que testaram o ChatGPT padrão, sem treino nenhum para o Enem. Assim mesmo, ele já foi melhor que metade dos brasileiros preparados para o vestibular, em um teste objetivo de inteligência.

O ChatGPT poderia ser exposto a milhares de exames vestibulares, ou do Enem, pra ficar muito melhor nessa tarefa. Com um pouco de treino específico, Inteligência Artificial, no patamar do ChatGPT, poderia se sair melhor em muitas tarefas intelectuais que os profissionais que as fazem hoje.

Mas meu emprego não é escrever texto, então estou garantido, certo?

Uma das coisas mais impressionantes do ChatGPT é que ele não produz só textos nesse sentido mais literal. Ele escreve programas de computador, receitas culinárias, letra de música e muito mais. Produz praticamente qualquer forma de conhecimento que possa ser organizada na forma de um texto, estruturado ou desestruturado.

E mais, é um chat, uma conversa interativa. Depois que ele produz um resultado você pode pedir:  mude assim ou assado. Eu experimentei "Crie um cardápio de 1800 calorias por dia para uma semana". 

O ChatGPT respondeu, com o café da manhã, almoço, jantar, lanchinho no meio da manhã e outro da tarde, para uma semana. Aí eu disse: mude para ficar vegetariano. O ChatGPT reescreveu, só fazendo as substituições necessárias.

Então, não é só o funcionário que escreve relatórios, scripts ou e-mails que está ameaçado. A maioria das pessoas cuja função é produzir, ou processar de alguma forma, conteúdos técnicos ou profissionais, vai correr risco, mais cedo ou mais tarde.

Os incorrigíveis otimistas precisam se corrigir

Eu já vi artigos propondo que a Inteligência Artificial não vai substituir funcionários humanos, vai ajudá-los. Por exemplo, ajudar uma pessoa a escrever um relatório melhor do que faria sozinho. Pode ser que numa primeira etapa sim. Mas achar que não vai haver substituição, é tão ingênuo quanto achar que os robôs na indústria só iriam ajudar operários que não eram suficientemente fortes ou hábeis manualmente para fazer uma tarefa. Ninguém ia ser demitido...

Conclusão

Como pensou o cara que pulou do décimo andar do prédio, a hora que ele passou pelo segundo andar: Ah, até agora tudo bem.

Ah, o ChatGPT não é tão bom assim. De vez em quando produz resultados inconsistentes ou obviamente errados.  Quando acerta, não é um conteúdo brilhante, é entre médio e bom. O ChatGPT não escreve ficção melhor que o Guimarães Rosa, nem um programa de computador melhor que o Donald Knuth, nem uma letra de música melhor que o Bob Dylan. Nem de muito longe.

O que é assustador, no entanto, é que ele faz todas essas coisas melhor que muitos humanos médios fariam. Responda pra mim prezada leitora, prezado leitor: quantas pessoas na sua empresa são gênios e quantos são humanos médios? 

Com um pouco de treino em profissões específicas e com adaptações da interface - do jeito de usar - ferramentas de I.A. podem ter um efeito devastador no mercado de trabalho. Isso, com as capacidades de I.A. de hoje. Não quero nem me estressar pensando no que poderá ser feito com os inevitáveis avanços de hardware, software e treinamento...

Não é à toa que Elon Musk, Steve Wozniack (co-fundador da Apple) e mais 2.600 CEOs, pesquisadores e outros profissionais de tecnologia assinaram uma carta aberta pedindo uma pausa no desenvolvimento da Inteligência Artificial, por pelos menos 6 meses, para que as questões éticas, políticas e sociais possam ser discutidas. Eu, muito modestamente me juntando a esse seleto grupo, concordo plenamente. 

Gostou deste post? Compartilhe com os botões abaixo! Obrigado!

quinta-feira, 6 de outubro de 2022

TikTok supera Google na pesquisa?


Executivo da Google confirmou que 40% da geração Z (nascidos entre 1997 e 2012) prefere o TikTok ou Instagram para fazer pesquisas na Internet. Seria só uma questão de tempo para o todo poderoso Google ser destronado como o maior mecanismo de pesquisa da Internet?

A Google já deve sentir um friozinho na barriga

(neste texto usamos "a" Google para nos referirmos à empresa Google e "o" Google para nos referirmos ao seu site ou aplicativo de pesquisa)

Em evento recente, um vice presidente sênior da Google - Prabhakar Raghavan - revelou que, de acordo com estudos internos da empresa, 40% dos jovens da geração Z preferem fazer pesquisas no TikTok ou Instagram, ao invés de pesquisar no Google. 

Na mesma ocasião o executivo da Google adiantou que os técnicos da empresa estariam trabalhando em alterações na aparência e tipos de respostas que o Google fornece às pesquisas, por exemplo com a inclusão maior de links para vídeos curtos, inclusive para vídeos residentes no TikTok ou Instagram. Essas mudanças visam tornar a pesquisa no Google mais atraente aos jovens.

Como comentário, dos US$ 178 bilhões que a Google arrecadou com seus sites em 2021, US$ 124 bilhões vieram de anúncios na pesquisa (fonte: Statista). A Google tem outros produtos, mas o carro chefe é, de longe, a pesquisa. Perder qualquer pontinho percentual aí deve dar um friozinho na barriga dos responsáveis. 

Porém, na opinião deste que lhes escreve, para correr atrás desse prejuízo, além das dificuldades técnicas de reproduzir a qualidade de pesquisas e a experiência de usar outros aplicativos, a Google vai ter que enfrentar a questão de mudar seu produto para agradar clientes diferentes, sem desagradar os atuais, que gostam do produto como é hoje. É um dilema comum a muitas empresas que tentam atingir novos públicos.

Pesquisar não é só pesquisar?

Embora chamemos de pesquisa uma pessoa estar procurando alguma coisa no TikTok ou no Google, a experiência de pesquisar em cada um deles é completamente diferente.

Por exemplo uma pessoa que pesquise "comida italiana na zona oeste sp", porque está chegando a hora do almoço, vai receber respostas completamente diferentes dos dois aplicativos. No Google vai receber blocos de textos, com links azuis para sites de restaurantes e um mapa com marcadores nas localizações dos restaurantes próximos. 

Enquanto isso, a resposta típica do TikTok a esta mesma pesquisa é um vídeo curto de alguém já sentado em um restaurante italiano na zona oeste de SP, comendo um prato e comentando. Não é um link para um vídeo. É um vídeo já rodando.  E se rolar a tela, seguem-se vários vídeos curtos de pessoas comendo, comentando, ou mostrando pratos italianos em restaurantes da zona oeste.

Não vamos entrar no mérito de qual modelo seria uma resposta "melhor" para pesquisas, até porque depende da avaliação subjetiva de quem está pesquisando e qual o tópico pesquisado. Mas é fácil perceber que essas respostas visam atender expectativas completamente diferentes.

A força de um novo formato

O sucesso do TikTok - foi o aplicativo mais baixado da Internet em 2020 e 2021 - indica que as pessoas vem optando, de forma crescente, pela experiência de consumir conteúdo, sobre qualquer assunto, na forma de vídeos muito curtos, geralmente em primeira pessoa - alguém olhando para a câmera, falando e/ou mostrando - o formato típico dos vídeos no TikTok.

A este que lhes escreve parece que o formato faz tanto sucesso, que acabou influenciando a forma com que muitas pessoas querem ver as repostas às suas pesquisas: do mesmo jeito que veem muitos outros conteúdos.

Conclusão

O crescimento do TikTok na função de mecanismo de pesquisa da Geração Z vem, pelo menos em parte, do formato predileto dessa geração consumir (e produzir) conteúdo: uma sequência infinita de vídeos verticais, curtos, em primeira pessoa, gravados e assistidos no celular. No entanto, não podemos descartar a possível influência de outros fatores.

Pode ser que o algoritmo do TikTok esteja melhor calibrado para as demandas dos jovens atuais, ou que as respostas do Google, com um viés mais óbvio em favor de seus anunciantes, possam incomodar a geração Z, menos acostumada a marketing aparente. Porém, é difícil isolar e medir a contribuição individual de cada fator destes para os bons resultados do TikTok, ou se haveria outros.

O certo é que a briga está começada. O TikTok parece estar com mais impulso, mas não se pode subestimar a capacidade técnica e o imenso cofre da Google. Com certeza veremos movimentos desta gigante, na busca de conquistar a geração Z e a geração A (nascidos depois de 2012) para suas ferramentas de pesquisa. Conquistar os mais jovens é garantir o futuro da empresa.

Gostou deste post? Compartilhe com os botões abaixo! Obrigado!

terça-feira, 27 de setembro de 2022

Redes sociais ou mídias sociais?


A ascensão do TikTok está provocando uma divisão na Internet entre redes sociais  e mídias sociais. Entenda as diferenças e seu porquê.

O motivo do sucesso das redes sociais

As redes sociais começaram a surgir no começo do século 21, com as pioneiras MySpace e Facebook em 2003. Sua proposta era criar, manter e reatar contatos sociais, através de mensagens diretas e compartilhamento de textos, fotos e vídeos (aqui no Brasil a primeira rede que decolou foi a Orkut, de 2004. Por algum motivo cultural obscuro no terceiro mundismo, a Orkut foi um grande sucesso no Brasil e na Índia, mas nunca foi dominante nos países desenvolvidos).

Além das relações sociais que você já trazia de antemão e agora se conectava digitalmente, as redes sociais também permitiram a formação de novas amizades e comunidades de interesse. Mesmo que a maioria dos seu amigos e familiares não gostem de panelas de barro, jipes de suspensão elevada, ou o que for, as redes sociais permitem a você achar outros fãs do assunto.

Outra característica muito esperta das redes sociais, foi elas criarem a possibilidade de se ver uma torrente infinita de conteúdo. Assim, se você quiser pode ficar só 10 minutos rolando a tela enquanto espera o trem do metrô chegar, ou pode brisar por três horas e meia de devaneio. Nada melhor para procrastinar trabalho, ou desviar a mente das agruras da vida...

O surgimento dos smartphones, com o pioneiro iPhone em 2010,  acelerou esse sucesso. Os smartphones permitiram que consumir ou publicar conteúdo, de/para redes sociais, deixasse de ser eventual, quando por acaso houvesse um computador ao alcance, para ser permanente, em qualquer hora ou lugar.

Para muitas pessoas, certamente para todas as pessoas abaixo dos 30 anos, o celular é última coisa que a pessoa olha antes de dormir e a primeira que olha quando acorda. Não vou tergiversar aqui sobre os efeitos disso na saúde mental. Fica para outro post...

Por que o TikTok é diferente?

Embora à primeira vista o TikTok pareça ser apenas mais uma rede social, ele trouxe diferenciais que ajudaram no seu sucesso. Um deles é o foco em vídeos curtos verticais (filmados com o celular em pé). Verticais porque é o jeito mais natural de segurar o celular (para tanto pra gravar quanto para depois ver os vídeos). E curtos porque, hoje em dia, déficit de atenção não é mais um transtorno. É um estilo generalizado de vida.

Outro importante diferencial do TikTok, foi no algoritmo de escolha de conteúdo a ser exibido a seus usuários. Enquanto na escolha do conteúdo a exibir para você o Facebook e o Instagram dão prioridade ao que foi publicado por pessoas (ou grupos) com quem você estabeleceu relações (amigos ou pessoas que você segue), o TikTok dá prioridade ao seu gosto, independente de quem tenha publicado o conteúdo.

Se um algoritmo foca a curadoria de conteúdo que vai fazer nos amigos e contatos prévios de uma pessoa, vai ter muito menos material para encontrar o que agrade a pessoa, do que outro algoritmo que selecione mais livremente, a partir de todo o conteúdo do mundo. Assim o TikTok acaba encontrando conteúdo que entretêm e engaja mais os seus usuários, em detrimento da troca de contato entre relações sociais.

O design reforça o uso e o uso reforça o design

Cabe notar que o Facebook e o Instagram permitem a seus usuários pesquisarem fora de suas redes sociais e que o TikTok permite comunicação com seus amigos, mas esse não é o uso natural desses aplicativos, nem é a tela default que eles abrem quando da entrada.

O uso natural destes aplicativos, reforçado pelas suas configurações padrões, é os usuários do Facebook e Instagram ficarem rolando conteúdo gerado pela sua rede social (amigos e criadores de conteúdo que seguem) enquanto no TikTok ficar rolando conteúdo gerado por terceiros não necessariamente relacionados a quem está consumindo aquele conteúdo.

Como comentário, seguir um criador de conteúdo é uma forma curiosa de relacionamento social. Você tem interesse na vida e no que tem a declarar o Felipe Neto ou a Kylie Jenner, como teria de um amigo ou amiga, mas eles nem sabem que você existe, a não ser como estatística.

A diferença entre redes sociais e mídias sociais

Baseados nestas características que apresentamos, já há vários estudiosos de comunicação que preferem chamar o TikTok de mídia social e não de rede social, por que embora o conteúdo publicado também seja produzido por outras pessoas, a rede de contatos - a rede social - de cada pessoa pesa pouco no que vai ser exibido para ela.

Conclusão

As pessoas tem pelo menos dois interesses diversos a serem supridos pela Internet: criar e manter relacionamentos sociais com outras pessoas e consumir conteúdo para entretimento e informação. 

Quando eu dou um feliz aniversário para uma amigo no Facebook, estou só atuando no lado social da coisa. Quando assisto um confeiteiro de quem nunca ouvi falar ensinar fazer um bolo, estou usando só o lado entretenimento / informação da coisa.

É claro que há uma intersecção: por exemplo, quando eu vejo as fotos da viagem turística de um amigo e dou um "like", estou ao mesmo tempo consumindo conteúdo que me entretêm e reforçando nossa amizade.

Porém, do ponto de vista dos aplicativos que suprem estes interesses diversos das pessoas, por razões históricas ou intencionais, alguns aplicativos são mais adequados para um fim ou para o outro. Esta divisão entre redes sociais e mídias sociais ficou muito clara pela ascensão do TikTok.

Gostou deste post? Compartilhe com os botões abaixo! Obrigado!


segunda-feira, 15 de agosto de 2022

3 problemas OCULTOS do trabalho remoto


Você deve estar cansado de ler as mesmas listas dos problemas do trabalho remoto:  burn out, insegurança dos dados, sensação de isolamento, etc. Porém, há outros problemas menos óbvios e graves no trabalho remoto, com os quais você deveria se preocupar.

Introdução: O mundo não vai voltar a 2019

Embora tenha sido involuntária a gigantesca mudança para o trabalho remoto, provocada pela pandemia, depois de um pouco de aprendizado e ajustes a maioria das empresas gostou da economia de custos e a maioria dos empregados gostou de se livrar do deslocamento diário. Também ajuda a flexibilidade e descontração de trabalhar em casa.

Claro, muitos executivos e donos de empresa se sentem inseguros com a nova situação. Antes, quando um funcionário enrolava, pelo menos enrolava com o chefe olhando... mas, apesar deste desconforto, parece a este que lhes escreve que é impossível uma volta total ao trabalho presencial, nos moldes que as coisas eram em 2019.

Várias empresas que temos contato já devolveram definitivamente os grandes espaços de escritório que ocupavam e alugaram espaços muito menores, para trabalho híbrido, reuniões, ou eventual recepção a clientes. Essa pressão econômica, mais o conforto que a maioria dos empregados de escritório está sentindo, é muito forte para ser superada por outras considerações.

Então, goste ou não goste, prezada leitora, prezado leitor, vocês deveriam se preparar para enfrentar os problemas que apontaremos a seguir. O trabalho totalmente presencial não vai voltar.

problema 1

O trabalho remoto é ruim para formação de novos funcionários

Cultivar uma cultura da empresa e um espírito de time já é difícil com todo mundo junto, todos os dias se vendo, conversando, almoçando junto, etc. Quando o contato de um novo funcionário com a empresa é só um monte de carinhas 3x4 numa tela do Teams, fica impossível.

Da experiência deste que vos escreve, tenho certeza que toda vez que comecei em um novo emprego aprendi mais sobre a nova empresa no corredor e na copinha do café, do que em algum manual de "missão, visão e valores". 

Também aprendi muito passando tempo informal e desestruturado - papos, almoços e happy hours - com mentores e profissionais mais experientes. Com isso, também estabeleci relações de confiança mútua que foram fundamentais naqueles momentos e ao longo da minha carreira, algumas até hoje. 

Um funcionário que já tinha anos de trabalho presencial na empresa, quando mudou para home office levou consigo um networking valiosíssimo de contatos, bem como conhecimento da (e pertencimento à) cultura e modus operandi da empresa. Um funcionário novo, que já começou remoto, não tem como construir essa vivência a partir de teleconferências, chats e e-mails.

problema 2

O trabalho remoto é ruim para a solução de problemas novos e/ou complexos

Um estudo publicado na revista Nature, realizado por pesquisadores da Universidade de Berkley e da Microsoft, sobre 61.000 funcionários da Microsoft em trabalho remoto, analisou a comunicação entre eles, comparando com o antigo presencial.

O estudo é longo e denso (com paciência você pode ler mais nesse link) mas dele, o que cabe destacar aqui são duas constatações: a) o trabalho remoto aumentou a comunicação dentro de grupos de trabalho e diminuiu entre grupos diferentes da empresa e b) a comunicação assíncrona (e-mails, mensagens de texto) cresceu e a síncrona diminuiu (telefone, reunião presencial e vídeo conferência).

Apertando a tecla SAP: no trabalho remoto a informação fica mais compartimentada em grupos de trabalho e a resposta a qualquer questionamento, dentro ou fora de grupos, acontece mais devagar.

A prezada leitora e o prezado leitor mais jovens (que adoram conversar por texto), ou mais alheios à difícil arte de resolver problemas no ambiente corporativo, podem ter pensado agora: "tá, no trabalho remoto os caras de um departamento conversam menos com os de outros departamentos e ninguém na empresa responde nada na hora. Isso não atrapalha tanto assim..." 

Por favor permita-me, com todo o respeito, divergir. A maioria dos problemas complexos precisa de pelo menos inputs de diferentes setores. Some aí uma inescapável característica da natureza humana: nada é mais eficaz para fazer andar do que aquela cobrada cara a cara, quando o interlocutor não pode fugir de dar uma resposta imediata.

problema 3

O trabalho remoto é ruim para a geração de ideias inovadoras

Antes do cometa bater na Terra em 2019 e mudar as coisas para sempre, já existia há muito tempo uma extensa experiência de colaboração intelectual remota: a pesquisa científica feita por universidades e centros de pesquisa. 

Há séculos, desde o Renascimento, cientistas trocam cartas, se questionam e se ajudam. Mais modernamente, trabalham em diferentes universidades e institutos ao redor do mundo, em formas bem  estruturadas de colaboração remota.

O CEPR - Centre for Economic Policy Research, uma ONG dedicada à melhora de políticas públicas na Europa, realizou um estudo dessas colaborações científicas nas últimas décadas (realizadas entre 1961 e 2021). O que cabe destacar aqui dessa pesquisa, é que ela descobriu que a colaboração remota gerou 5 vezes menos avanços realmente inovadores - rupturas no conhecimento - do que as colaborações de times trabalhando presencialmente. 

Essa discrepância vem se revertendo de 2010 em diante, o que leva a crer que novas tecnologias de colaboração remota tem ajudado, em especial softwares especificamente desenhados para isso como o Slack. Também sugere que um aprendizado de décadas de como colaborar via Internet que os cientistas tem, mais o desenvolvimento de novos processos possam substituir, pelo menos parcialmente, a "mágica" de colaborar com outras pessoas presencialmente. Mas não é fácil.

Mas o trabalho híbrido não resolve estes problemas do remoto?

Se tentarmos encontrar um denominador comum nas causas dos problemas que apresentamos, o mais gritante é que o trabalho remoto diminuiu e, em alguns casos, quase zerou o contato pessoal, o interdisciplinar, o casual e o desestruturado (não planejados e sem pauta). 

O trabalho híbrido repõe alguma coisa, mas não resolve o problema, porque a ida ao escritório, quando acontece, é segmentada (não vai a empresa inteira trabalhar presencial no mesmo dia) e geralmente quem vai, vai com programação e pauta, para aproveitar o tempo menor de contato. 

Além disso, como as pessoas em regime de trabalho híbrido ainda passam a maior parte do tempo remotas, o grosso da solução de problemas da empresa acontece remotamente.

Assim, a este que lhes escreve, parece que só a mudança de trabalho remoto para híbrido, sem outras mudanças, é um paliativo que diminui um pouco a ansiedade do isolamento social e melhora um pouco a comunicação e a confiança dentro de grupos de trabalho. 

Mas só a mudança de remoto para híbrido não resolve os problemas mais estruturais que estamos discutindo aqui.

Conclusão

O trabalho remoto introduziu problemas que não vemos serem discutidos com frequência: o trabalho remoto é ruim para novos funcionários, é ruim para enfrentar novos problemas e é ruim para gerar ideias inovadoras. Em menos palavras: o trabalho remoto atrapalha a renovação da empresa.

Se a modernidade fosse mais estática, prezada leitora, prezado leitor, você não precisaria se preocupar. Com a mesma equipe e os mesmos métodos, você continuaria resolvendo os mesmos problemas. Só que agora, com a turma trabalhando de casa. Quando muito, alguma preocupaçãozinha operacional para T.I. e R.H. resolverem para a equipe remota.

Acontece que o mundo, as tecnologias, os mercados e, é claro, seus concorrentes, estão em mudança cada vez mais acelerada. Renovação contínua tem que ser o ar que sua empresa respira, para permanecer competitiva. E o trabalho remoto atrapalha a renovação de equipes, soluções e ideias.

Não há nenhum saudosismo do escritório tradicional nessa constatação, nem a expectativa inviável de enfiar o gênio de volta para dentro da lâmpada. Este que lhes escreve é um otimista na capacidade da humanidade resolver as encrencas em que ela mesmo se mete. 

Tenho certeza que, ao longo do tempo, vamos encontrar as tecnologias e metodologias para levarmos a produtividade, inovação e satisfação nos novos modelos de trabalho a patamares melhores que os históricos. Mas, para tanto, é preciso focar atenção nos problemas, especialmente os "ocultos" - menos óbvios - como os que citamos aqui.

Gostou deste post? Compartilhe com os botões abaixo! Obrigado!

quinta-feira, 4 de agosto de 2022

Extensões diferentes de .com servem para você?



Existem muitas outras extensões para domínios - "extensões de nomes de sites" - além da comum .com.br  Saiba como funcionam as extensões de domínios e se você poderia usá-las para o site de sua empresa ou organização.

A memória humana e os endereços IP

Quando você quer mandar uma carta ou pacote, você escreve o endereço do destinatário no pacote ou carta, para o carteiro ou entregador saber para onde vai levar. Algo similar acontece na Internet. Todo computador, celular ou outro equipamento conectado à Internet tem um endereço, usado para identificá-lo e localizá-lo.

Esse localizador, o chamado endereço IP (Internet Protocol), é um numerão de até 31 dígitos, com uma aparência mais ou menos assim, quando listado: 192.234.555.998... O número é grande porque a quantidade de equipamentos ligados à Internet é grande. 

E já se fala em ampliar o número de dígitos, porque há o risco de se esgotarem os endereços, agora com a "Internet das coisas" (Internet das coisas é nome dado à tendência  de máquinas, carros e utilidades domésticas também se conectarem à Internet. Cada uma dessas "coisas", para se conectar à Internet, tem que ter seu endereço IP, seu numerão próprio).

O formato numérico dos endereços da Internet, embora muito prático para uma máquina, não é mnemônico. Imagine a dificuldade, se cada vez que você fosse acessar um site você tivesse que se lembrar do endereço IP do site. Às vezes, lembrar de uma senha de 4 dígitos que você mesmo criou e cadastrou já é difícil...

Essa questão começou a ser enfrentada desde os anos 60 na Arpanet, uma rede do departamento de defesa americano, precursora do que mais tarde viríamos a chamar de Internet. Se começou a estabelecer tabelas de conversão de endereços IP para nomes mais significativos e mais fáceis de serem lembrados pelas pessoas.


Corta o filme e pula pro século 21 

Essa ideia, de tabelas de conversão de endereços numéricos difíceis de lembrar para nomes alfabéticos mais fáceis, evoluiu para o atual DNS - Domain Name System - um conjunto de tabelas residentes em vários pontos da Internet, que permitem a você prezada leitora, prezado leitor, digitar apenas itau.com.br, quando quer ver o saldo da sua conta no site do banco, sem precisar decorar um endereço IP.

O DNS e suas regras de uso são controladas por uma ONG americana chamada ICAANN Internet Corporation for Assigned Names and Numbers, que é dirigida por uma série de instituições públicas e privadas. 

Além do controle do DNS mundial, a ICAAN delega poderes. para organizações locais de cada país fazerem controles locais. No Brasil, os endereços e nomes da Internet são controlados pelo NICBR - Núcleo de Informação e Coordenação do pontoBR.

Nomes de sites no Brasil - os domínios

As regras do NICBR para nomes de sites no Brasil - chamados domínios - são razoavelmente flexíveis. Com exceção de uma ou outra palavra ou expressão problemática, listada por eles como proibida ou reservada, as pessoas podem escolher o nome que bem quiserem para seus sites, desde que aquela palavra ou conjunto de palavras já não tenham sido registradas por outrem. 

Então, por exemplo, se você quiser registrar o nome "minhaqueridaempresa" para o seu site, ou qualquer outro nome que lhe der na telha - e ninguém tiver pegado esse nome ainda - você pode. 

Porém, há um problema com essa facilidade de registro de domínios - nomes de sites - que é o fato que o registro no NICBR é completamente independente e desvinculado do INPI (o órgão federal que registra marcas e patentes), da junta comercial, ou de qualquer outro registro de marcas ou empresas.

Ou seja, ao tentar registrar um domínio para uma organização, empresa, ou produto, você pode descobrir que alguém já registrou aquele domínio, independente de você ser o dono legal daquela marca ou nome. 

Nesses casos o mais comum é tentar comprar o domínio de quem o registrou, ou criar um domínio com um nome diferente. Até dá para brigar na justiça pelo domínio (por definição, dá para brigar na justiça por qualquer coisa) mas não costuma ser uma batalha fácil.

Extensões de sites no Brasil

Quanto às extensões, o pedaço do nome que vai depois do ponto, também há bastante flexibilidade. Há extensões reservadas a fins específicos, governo, pessoas físicas, pessoas jurídicas e algumas outras categorias - por exemplo para registrar um .gov você tem que provar que é um órgão de governo - mas muitas das extensões são de livre escolha do dono do site nas listas de categorias do NICBR. 

Se não invadir nenhuma categoria não reservada para seu caso, você escolhe a extensão que achar que vai ser mais mnemônica, marqueteira, simpática ou legal, pelo motivo que porventura tiver. 

Assim,  minhaqueridaempresa.com.br ou  minhaqueridaempresa.barueri.br ou minhaqueridaempresa.ind.br, etc., é de sua escolha (de novo, desde que alguém já não tenha registrado a mesma combinação nome + extensão). Diga-se de passagem, .barueri é sim uma extensão válida, assim como nomes de algumas outras cidades. 

O .br depois da extensão escolhida é obrigatório para sites registrados no Brasil. Então se você escolher .com, seu site vai ser .com.br. Se escolher .ind, vai ser .ind.br e assim por diante. 

A Internet é naturalmente internacional

Você também pode registrar um domínio fora do NICBR, por exemplo alguns provedores oferecem o registro americano e/ou em outros países.  Isso pode ser útil, por exemplo, para empresas brasileiras que queiram ter uma dimensão mais internacional. 

Por exemplo um site só .com e não .com.br pode facilitar o acesso de um cliente americano (e atrapalhar o acesso de um brasileiro, acostumado com o br 😁). Nesses casos de registros de domínios feitos fora do NICBR é necessário  seguir a regras de nomenclatura do local de registro.

É importante lembrar que, para quem acessa um site, é transparente onde o site foi registrado (e também onde estão guardados fisicamente seus arquivos). Assim, se você quiser se dar ao trabalho e ao custo de registrar para sua empresa brasileira um domínio  no Vietnã, tudo bem. 

Sua freguesia só vai ter que lembrar que seu site é nomedaempresa.com.vn e digitar isso no navegador, do mesmo jeito que digitaria nomedaempresa.com.br se o domínio fosse registrado no NICBR.

Domínio, site, URL e nome de site é tudo a mesma coisa?

Não. Domínio é um espaço na Internet que tem um endereço IP, site é um conjunto específico de arquivos que reside em um domínio. URL (Uniform Resource Locator), por exemplo https://www.vendere.com.br é o domínio, mais algumas informações de controle - o https e o www - que avisam como e para que você quer acessar o domínio, no caso, para mostrar no navegador o site que está guardado lá.

Já nome de site (ou só site) é como as pessoas se referem coloquialmente ao pedaço final da URL, o vendere.com.br, porque todos os navegadores modernos permitem você digitar só o pedaço final, sem ter que digitar a URL inteira. 

Os navegadores supõe que, na grande maioria das vezes, o que você quer é ver no navegador o site que está naquele domínio e completam o http ou https e o www que você não digitou.

Ao longo deste texto que você está lendo, tomamos a liberdade de usar estas nomenclaturas de forma intercambiada, porque é assim que o seu cliente pensa, prezado leitor, prezada leitora. Do ponto de vista do marketing, soberano deste blog, nenhum cliente pensa "qual seria o domínio da Vendere?" Ou "qual seria a URL do domínio da Vendere?" 

Ela ou ele só pensam "Qual é o site da Vendere?" significando "O que eu digito no navegador pra acessar o site da Vendere?" É vendere.com.br

As extensões mais usadas no Brasil

O Brasil tem, no momento em que escrevemos este texto, 4.981.874 domínios .br  registrados. 

Dentro desses quase 5 milhões de domínios as extensões mais usadas são: .com.br - 4.614.656, .net.br - 78.243, .adv.br - 43.771, .ind.br - 21.978 e .eng.br - 12.703. Algumas das valorosas empresas de Barueri contribuem para o total com 56 domínios de extensão .barueri.br 

Na última posição geral das estatísticas do NICBR temos uma outra extensão de domínio ligada a cidades, .saogonca.br, com 2 domínios. 

A extensão .com (de "comercial") é de longe a mais usada porque muitos sites no começo da Internet atendiam necessidades comerciais e de marketing das empresas. 

Depois que o .com virou maioria muitos sites, mesmo que sem objetivos comerciais, foram sendo criados com o .com como sua extensão, apenas porque é a extensão mais comum e mais fácil de lembrar. Há muitas pessoas que nem sabem que .com  deveria sinalizar que o site é comercial, acham que é só um sufixo obrigatório ou pelo menos default no Brasil.

Neste link você verá o ranking de todas as quantidades de domínios por extensão e neste outro link verá uma lista de todas as extensões oferecidas pelo NICBR para possível registro e as respectivas categorias de pessoas, empresas ou organizações elegíveis para usá-las.

Gostou deste post? Compartilhe com os botões abaixo! Obrigado!