quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

O que são cookies?


Você já deve ter visto a mensagem "Este site utiliza cookies..." Saiba o que isso significa tecnicamente e quais impactos pode haver para a segurança e privacidade da sua navegação naquele site. 

O cookie que não é biscoito

Cookie, ao pé da letra pode ser traduzido do inglês para o português como biscoito, ou bolacha. Porém, no meio da Internet a palavra recebeu um uso diferente do tradicional na confeitaria.

Na Internet, os cookies, às vezes chamados de HTTP cookies, web cookies ou Internet cookies, são pequenos arquivos de texto que os sites e aplicativos podem gravar no equipamento - computador, celular ou tablet - que a pessoa está usando para acessar o site ou aplicativo. 

Esse recurso de gravar informação no equipamento do visitante do site pode ser usado para muitos fins, por exemplo cookies podem armazenar informação que pode ser útil numa próxima visita. Na primeira vez que você se conecta com usuário e senha em um serviço da Internet, o site pode gravar um cookie no seu celular com  nome de usuário e senha que você informou. 

Na próxima vez que você tentar se conectar, o site lê o cookie que ele mesmo gravou no seu celular na primeira visita e aceita sua conexão, sem você precisar digitar de novo sua senha. Sem o cookie, toda as vezes que você voltasse ao site teria que digitar novamente a senha.

Assim como esse exemplo de cookie de conexão, os cookies podem armazenar muitas outras informações sobre sua visita a um site. Que páginas visitou, que produtos viu, que dados preencheu em formulários, todo o histórico da visita.

Geralmente, tudo que um site "sabe" sobre você de visitas anteriores, por exemplo que produtos você colocou no carrinho de compras, é armazenado em cookies.

Qual a origem desse uso do nome cookie na Internet?

Há algumas versões diferentes para a origem do nome cookie, para esses pequenos arquivos de texto. A predileta deste que vos escreve é a que conta que, na década de 70, os programadores Unix passaram a chamar de cookies os pequenos arquivos de texto trocados entre programas, porque nos restaurantes chineses os "magic cookies" ou "fortune cookies" (biscoitos da sorte) traziam escondidos dentro deles pequenas tiras de papel, com textos.

Como a Internet começou no mundo Unix (e depois migrou para todas as plataformas), os primeiros programadores da Internet transportaram para o novo ambiente da Internet o nome que já usavam para esse tipo de arquivos no Unix.

Como comentário, é comum vermos artigos e posts em blogs sobre cookies da Internet ilustrados com fotos daquele cookie de confeitaria americano típico - um bolachão grosso bege, com gotas de chocolate - mas me parece ser muito mais provável a origem do nome vir do biscoito chinês da sorte, que usamos para ilustrar este post (veja na foto o biscoito que tem dentro uma tira de papel com um pequeno texto).

Os cookies podem causar problemas?

Como vimos nos exemplos do começo deste post os cookies podem ser muito úteis, tanto para quem usa o site - facilitar a vida do visitante - como para a empresa dona do site, porque permite configurar melhor o site - prover um melhor serviço - para cada visitante.

Além disso, históricos e preferências de navegação de cada usuário, armazenados em cookies, podem orientar sistemas e marketing a apresentar anúncios mais personalizados ao perfil de cada pessoa.

Porém, apesar dos muitos usos úteis e bem intencionados dos cookies, pode haver usos incômodos, indevidos ou até criminosos. Por exemplo informações de uma pessoa armazenadas em cookies podem ser armazenadas por tempo indeterminado (ou para sempre), ou vendidas pela empresa dona do site para terceiros, para quem o dono dos dados não deu autorização sobre seus dados. 

Também estes dados armazenados nos cookies, se não forem tratados com muita tecnologia de segurança, podem ser roubados por hackers para a prática de crimes ou fraudes.

Além disso, mesmo o uso bem intencionado é questionado por algumas pessoas, por exemplo para marketing direcionado por tempo determinado. Por exemplo, você viu um tênis de corrida em um site, o site registra isso em um cookie no seu celular e quando você entra no Facebook ele lê o cookie e mostra para você anúncios de tênis. 

Por algum tempo, todo lugar que você vai na Internet você é bombardeado por anúncios de tênis, porque ficou um cookie gravado no seu celular dizendo que você viu um tênis, pode estar pensando em comprar...

Os governos criaram políticas para os cookies

Os possíveis usos abusivos ou fraudulentos dos cookies levaram os países do primeiro mundo a regulamentar seu uso. Desde o começo do século 21 (2000 no EUA e 2002 na União Europeia) os governos vem passando leis que regulamentam e/ou restringem o uso de cookies, especialmente estabelecem a possibilidade de opt out (optar por sair) - o usuário poder pedir para usar o site sem ser rastreado por cookies. 

Em 2009 a União Europeia endureceu a lei exigindo um modelo opt in (optar por entrar) - o visitante do site tem que aceitar explicitamente ser rastreado por cookies, ou o padrão automático será não ser rastreado. 

Como a lei europeia atinge qualquer site que possa ser acessado na Europa, mesmo que baseado em outros lugares, tanto os sites europeus quanto americanos passaram a ter o famoso botão "Aceitar cookies", no momento da entrada do visitante.

Brasil, cookies e LGPD

No Brasil não há uma lei específica para os cookies da Internet. A lei brasileira que cuida de privacidade na Internet é A LGPD - Lei Geral de Proteção de Dados - válida desde 2020. Ela estabelece cuidados que devem ser tomados na coleta, armazenamento e processamento de dados, especialmente toda informação relacionada a pessoa natural identificada ou identificável. 

A LGPD não faz menção especifica a cookies, apenas menciona coleta, armazenamento e processamento de dados. Como muitas vezes os cookies são usados para armazenar dados pessoais do visitante do site, a LGPD pode atingi-los. 

No entanto, a LGPD é muito extensa. abrangente e nova, além de abordar alguns tópicos sob a ótica de princípios gerais: a lei lista boas intenções de difícil e/ou não óbvia tradução para o mundo real. 

Assim, a exata jurisprudência sobre a LGPD e cookies ainda está sendo formada - como a fiscalização e as cortes vão interpretar a lei - para cada tipo específico de cookie e cada caso específico de sua utilização.

Clique aqui para aceitar cookies

Como a LGPD já está valendo, a multa pelo não cumprimento pode ser de até R$ 50 milhões e inclui nas suas punições possíveis a paralisação da atividade da empresa, no que diz respeito a cookies o que temos visto na prática são as empresas correram a adotar o que cada uma supõe que a lei determine.

Observamos as empresas colocarem diferentes modelos de aceitação dos cookies na entrada dos seus sites - botão nenhum, botão de aceitação total dos cookies, aceitação parcial por tipo de cookie, aceitação só na primeira vez que você visita o site ou ter que aceitar de novo em todas as visitas, site que bloqueia a navegação sem a aceitação, site que não bloqueia etc. 

Quanto aos textos de explicação do que são cookies e como são utilizados naquele site - na forma de textos de políticas de privacidade e políticas de conformidade com a LGPD - também observamos uma grande variação de conteúdo e extensão.

É provável que com o passar do tempo diminua o salve-se quem puder e alguns padrões mínimos ou obrigatórios, tanto para os botões de aceitação quando para os textos de políticas, se consagrem como os corretos, ou pelo menos mais aceitos pela fiscalização.

Conclusão

As tecnologias de cookies - um site poder gravar arquivos de informação no equipamento do visitante do site - foram e são muito úteis e podem ser usadas para tornar a vida das pessoas e das empresas melhor e mais fácil. 

Porém, como aconteceu também com outras tecnologias da Internet, as tecnologias de cookies tem tido usos abusivos ou criminosos, que levaram vários governos do mundo a intervir com sua regulamentação.

No Brasil não há legislação específica para cookies, mas a LGPD - a Lei Geral de Proteção de Dados - introduz alguns conceitos gerais que podem pautar pelo menos em parte o uso de cookies em sites, em particular no que tange a cookies que armazenam dados pessoais, protegidos pela LGPD.

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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

3 dicas de marketing para produtos ou serviços "sem graça"


Muitas empresas vendem produtos e serviços que podem ser muito bons e úteis, mas "sem graça". No dia a dia não provocam muita atenção, nem muita conversação e não geram fotos ou vídeos muito atraentes. Temos 3 dicas para esses produtos ou serviços receberem mais atenção na Internet.

A vida é dura. Mas para alguns é mais dura.

Alguns produtos e serviços são motivo mais natural de desejo e conversação, ou permitem fotos e vídeos naturalmente atraentes, o que facilita criar conteúdo interessante sobre eles para sites e redes sociais. Já para outros produtos e serviços, pode ser bem mais difícil criar conteúdo atraente sobre eles.

Por exemplo, um restaurante pode publicar fotos de pratos de comida e uma confecção de roupas postar vídeos de desfile de moda, assuntos que geram naturalmente atenção. Já um fabricante de cabos de rede de computadores, ou uma empresa de manutenção de elevadores, não vão conseguir uma resposta tão boa com uma foto de um cabo RJ45, ou um vídeo da lubrificação periódica das polias de um elevador.

Esses são só alguns exemplos, mas na verdade a grande maioria dos produtos e serviços, fora de algumas categorias de consumo, são sem graça - até chatos - para o dia a dia do público. Não é natural ou imediato gerar conteúdo sobre eles que atraia atenção na Internet.

Por favor prezada leitora e prezado leitor, não nos entenda mal, não queremos desmerecer ninguém. Sabemos que sem a reconhecida qualidade dos parafusos que você fabrica provavelmente o carro de uma pessoa poderia desmontar no primeiro buraco da estrada. Mas, infelizmente, isso não vai fazer essa pessoa curtir ou compartilhar, ou mesmo olhar, as fotos de parafuso que você porventura publicar no Instagram.

Por que será que nosso marketing digital não tá funcionando?

Agrava o problema o fato que, para quem ganha a vida com um determinado produto ou serviço, ele pode não parecer sem graça ou chato. Se uma pessoa lida o dia todo, todos os dias, com determinado produto ou serviço é natural que ele ocupe um espaço tremendo no seu imaginário. O produto ou serviço que é o ganha pão de uma pessoa parece, para ela, interessante e foco de atenção.

A pessoa só não entende porque quase ninguém curte ou compartilha suas postagens sobre aquilo.

Tirando leite de pedra

Todos nós só podemos tentar jogar o melhor possível com a mão de cartas que a vida nos deu (um gota de filosofia em meio ao marketing...), então se você trabalha com produtos meio (ou totalmente) sem graça e precisa fazer marketing de conteúdo (e hoje em dia todo mundo precisa) temos 3 sugestões para você aumentar a atenção sobre o conteúdo que você publica no seu site, blog e redes sociais:

1) Conte estórias

As pessoas adoram estórias. elas são a forma mais natural - e eficaz - de comunicação, desde a idade da pedra. A história da empresa, como os produtos foram criados, como são fabricados ou instalados, casos de sucesso, estórias sobre funcionários, etc. Vale qualquer estória ligada à empresa, produtos, serviços, clientes ou o mercado. 

E o importante aqui é que o produto ou o serviço podem ser chatos, mas se a estória não for, as pessoas vão prestar atenção. (e clicar, e curtir e compartilhar....)

2) Foque a comunicação no benefício

Muitos produtos ou serviços sem graça podem gerar benefícios muito mais atraentes que o produto ou serviço em si. Por exemplo, um pote de cloro é sem graça, mas uma piscina cristalina é muito atraente. 

O benefício a ser mostrado (ou o malefício que pode ser evitado) não precisa ser imediato ou direto, basta que seja possível estabelecer uma relação clara.

3) Invista em comunicação visual

A Internet é uma mídia profundamente visual, onde funciona a máxima que uma foto vale mil palavras. O truque aqui é usar as duas dicas anteriores para encontrar assunto para fotos e vídeos. Fotografar e filmar para ilustrar as estórias e benefícios do produto ou serviço. 

De novo, a foto do produto pode ser sem graça, mas se a foto da estória ou do benefício for legal as pessoas vão prestar atenção.  (e clicar, e curtir e compartilhar....)

Conclusão

Muitos produtos e serviços não tem muita atratividade natural na tremenda competição por atenção da Internet. Podem ser super úteis e importantes, mas não são fotogênicos, curiosos, engraçados, polêmicos ou ligados às novidades e modas mais correntes a cada momento na Internet.

Nesses casos, cabe à sua comunicação de marketing ser fotogênica, curiosa, engraçada, polêmica ou ligada às novidades e modas mais correntes a cada momento na Internet. A dificuldade porém, é atrair atenção, informar, divertir e entreter ao mesmo tempo que se vende o peixe da empresa. 

Se a prezada leitora e o prezado leitor tem a dura missão de criar conteúdo para sites, blogs ou redes sociais de produtos ou serviços sem graça, pode tentar as 3 sugestões deste post. Se precisar de ajuda profissional, pode contar com a Vendere .

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