quarta-feira, 26 de agosto de 2020

Novo botão "shuffle" da Netflix: tecnologia e comportamento


A Netflix está testando um novo recurso, um botão "shuffle play" que ativa a exibição de vídeos em sequência, sem intervenção da pessoa. Segundo as notícias, para os mercados e pessoas participantes do teste funciona mais ou menos como um canal de televisão: você clica e começa a exibição de diferentes vídeos, um depois do outro, ininterruptamente.

Por exemplo, pode primeiro passar um episódio de uma série, seguido de um documentário, seguido de um filme de Holywood, depois um especial de uma comédia stand up, depois mais um episódio de série, assim por diante.

Depois de um dia estafante de trabalho você se aconchega com um cobertor no sofá, liga a televisão e pode passar horas assistindo Netflix, sem ter que ficar analisando trailers ou sinopses para decidir o que assistir em seguida e sem ter nem que nem clicar em mais nada.

Uma experiência tão relaxante quanto assistir televisão comum, mas potencialmente melhor, porque com conteúdo escolhido especialmente para você por um algorítimo - um procedimento automatizado - com inteligência artificial. Esse algorítimo aprende ao longo do tempo e acaba conhecendo melhor seu gosto para vídeos do que sua mãe conhece seu gosto para sobremesas caseiras.

O diabo mora nos detalhes
Do ponto de vista tecnológico o novo recurso não é nenhum grande salto, dado que os algorítimos de aprendizado são comuns nas redes sociais e serviços de streaming, que já há muito tempo preparam  listas de sugestões de conteúdo baseadas no gosto prévio do freguês.

No entanto, ao oferecer a possibilidade de ir passando vídeos automaticamente, ao invés de a pessoa escolher em uma lista sugerida, a Netflix está aumentando a aposta na capacidade de seu algorítimo entender o que o espectador gostaria de ver em seguida.

Na nossa opinião, o possível sucesso do novo recurso da Netflix passa pela calibragem fina do algorítimo por seus programadores. Muito importante para sucesso de qualquer rede social ou mecanismo de streaming é a composição do mix de conteúdo individualizado para cada pessoa que ela oferece, dividido entre itens muito similares ao vistos anteriormente (o que é seguro mas pode ser entediante) e itens de conteúdo diferente  (o que é mais arriscado mas pode apresentar novidades prazerosas).

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domingo, 16 de agosto de 2020

3 dicas do que NÃO fazer em vídeo-conferências


Com a proliferação das vídeo-conferências tem crescido também as experiências desagradáveis nessa forma de comunicação. Para evitar algumas delas vamos sugerir dicas do que NÃO fazer, baseadas em situações reais que experimentamos em vídeo-conferências recentes, dentro da empresa e com clientes e fornecedores.

1) Comer
Eu sei que o home-office aboliu um pouco a distinção entre casa e trabalho, entre informalidade e formalidade, mas ultrapassa esse bom senso ver alguém mascando uma fatia de pizza durante a vídeo-reunião de discussão do orçamento da empresa. Com o rosto perto da câmera, na distância de selfie ou menor que as vídeo-reuniões acontecem, dá até para ver os carboidratos  começando a se transformar em maltose...

E a trilha sonora então? Você não imagina quanto um microfone pode ser sensível quando você não quer que seja. E tome nhac, nhec, nhec, nhec, glup. Nhac, nhec, nhec, nhec, glup. Ninguém merece. Nossa sugestão é você deixar os lanchinhos para os intervalos entre as múltiplas vídeo-conversas desses novos tempos.

2) Beber 
Se você não tinha reparado ainda eu vou ressaltar para você: durante uma vídeo-conferência ou vídeo-reunião o rosto fica muito mais perto da câmera do que ficaria do rosto das outras pessoas em uma reunião presencial. Então, mesmo coisas aceitáveis em uma reunião tradional, como beber água, ao serem filmadas muito de perto podem ser uma visão desagradável aos outros participantes.

Tá, você pode acreditar que o segredo para uma vida longa e uma cútis sedosa é tomar pelo menos 2 litros de água por dia. Além disso, para salvar as baleias você já investiu numa garrafa de água não descartável, de alumínio high tech. Ok. Mas ficar uma hora de reunião sem beber não vai matar você de desidratação e poupa o interlocutor dessa visão em close up. Nossa sugestão é você esperar a reunião acabar para voltar à sua saudável rotina de um golinho a cada 12 minutos.

3) Andar
Você acabou de ler um artigo sobre os perigos da trombose no home-office, todo aquele sangue parado, coagulando nas veias das pernas nas longas horas sentado na frente do computador. Se você se assustou e decidiu que vai deixar a vida sedentária, ok. Mas por favor, deixe para andar antes ou depois da reunião. Não durante. Se vídeo-reunião com alguém com o celular na mão já é ruim (porque nem o campeão mundial de tiro tem mão firme durante uma hora), com a pessoa andando pela casa é intolerável.

Ninguém quer ver o teto e as paredes da sua casa passando como fundo e um rosto chacoalhando na frente. Nossa sugestão é você apoiar o celular ou notebook numa superfície fixa e deixar lá, do  começo ao fim da conversa.

4) Não parar de falar / não dar espaço para outros falarem - dica bônus -
Numa conversa presencial as pessoas emitem e entendem pequenos sinais verbais e não verbais de quando é a hora de falar e quando é hora de parar e escutar o outro. Porém, em meio àquele monte de janelinhas com rostos de frente na tela do Zoom, muitos desses sinais que arbitram uma conversação normal podem passar batidos. Por isso é comum algumas pessoas falarem demais em vídeo-conferências, sem dar brecha para outros.

Claro que tem chatos que tentam monopolizar as conversas em qualquer situação, mas muitas das vezes que alguém fala demais em uma vídeo-conversa é só produto dessa fase de criação e aprendizado de uma nova etiqueta para o novo normal. Nossa sugestão é você dar o bom exemplo de se policiar se não está se estendendo demais e até ajudar a cortar (educadamente) os falastrões e chamar para a conversa os mais reservados.

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quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Vídeo empresarial: A câmera é mais amiga de algumas pessoas


É uma das injustiças da vida: algumas pessoas, sem fazer força,  ficam muito melhor que outras quando filmadas. Embora isso seja perceptível em qualquer tipo de vídeo, é especialmente patente nos vídeos estilo "Youtuber": só uma pessoa falando para a câmera.

Já que  produzir vídeos empresariais nesse formato pode ser uma boa opção para seu marketing, vamos conversar neste post sobre como lidar com o fato que a câmera é mais amiga de algumas pessoas.

O vídeo talking-head
O sucesso dos Youtubers  ou influenciadores digitais - muitos tem milhões de seguidores e muitos mais tem centenas de milhares - mostra que ter alguém falando em primeiro plano para a câmera é um formato bem aceito pelo público.

Além disso, para registrar de perto só uma pessoa parada falando, o equipamento é muito simples. Uma câmera, três pontos de luz e um microfone de lapela resolvem a questão. A edição de um vídeo sem muitos efeitos especiais pode ser feita em qualquer notebook ou computador, usando softwares relativamente baratos. Noves fora, o custo geral do projeto é baixo.

Se o povo gosta e é barato de fazer, não tem porque você não refletir se daria para incluir no seu plano de marketing: gravar pessoas da empresa em vídeos nesse estilo. Claro, se você tem verba para filmagem de helicóptero, efeitos especiais da Industrial Light and Magic e o Ferreira Martins narrando em off as maravilhas do seu produto, tem mais é que usar. Mas mesmo se esse for seu caso, há espaço também para vídeos mais intimistas.

Star quality
Nesse tipo de vídeo que tem tão poucos elementos, a pessoa que aparece é fundamental. E quanto a isso, há mais de 100 anos, desde o início do cinema, os profissionais da área perceberam que algumas pessoas ficam naturalmente melhor em filme que outras.

E não é só beleza. Claro que beleza ajuda (em tudo na vida), mas o que funciona melhor é uma combinação de rosto que fica bem em 2D, com jeito de falar e se mexer com naturalidade apesar da filmagem, com tipo de voz que é melhor captada por microfone e reproduzida por alto-falante... e mais outras coisas, algumas difíceis de perceber isoladamente ou listar claramente, mas que em conjunto dão um resultado que a audiência gosta.

O mundo real
Eu não teria aqui a insensatez de propor que você espere carisma de Holywood do gerente de vendas da sua empresa, que vai anunciar em vídeo o lançamento de um novo produto. Eu sei que o Tom Hanks não trabalha aí.

O que queríamos frisar é que tem pessoas que ficam muito melhor que outras quando filmadas e que esse é um critério importante, talvez o mais importante, na escolha de quem vai aparecer nos vídeos da empresa. A pessoa certa pode alavancar e a errada pode minar seu esforço, porque elas vão ajudar a determinar quantas pessoas vão assistir - e por quanto tempo - os vídeos do seu marketing.

Nossa sugestão é você minimizar  a "lógica" de por exemplo o gerente técnico falar nos vídeos técnicos e a comercial nos de apresentação de produto. Tentar encontrar - dentro das pessoas disponíveis - aquela(s) que funciona(m) melhor em vídeo. Da estagiária à presidente da empresa,  tenha a mente aberta para as possibilidades.

Cliques e likes
Mas como saber quem funciona ou não? Como evitar vieses de amizade e gosto pessoal? Nossa sugestão é você sempre testar diferentes pessoas e monitorar o engajamento do público nos vídeos. Quantos foram assistidos, por quanto tempo, quantos likes, dislikes e comentários receberam e o teor desses comentários.

Se você quiser caprichar pode fazer testes A/B: gravar um mesmo conteúdo duas vezes, com pessoas diferentes falando em cada vez. Daí exibir as versões para amostras aleatórias diferentes de seu público-alvo. Se preferir, ou se só puder pegar um pouco mais leve, pode fazer um rodízio de pessoas falando nos diferentes vídeos, conforme os for produzindo e publicando.

Em qualquer caso, testar diferentes pessoas e monitorar a reação da audiência permite você deixar o próprio público naturalmente lhe mostrar quem vai trazer mais eficácia para o marketing da sua empresa.

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