quarta-feira, 30 de junho de 2021

O que é CAPTCHA?


Muitos ataques e acessos indevidos a sites são feitos com o uso de robôs de software - programas de computador - que simulam ser uma pessoa e acessam o site.  Saber identificar se quem (ou o que) está acessando o site é uma pessoa ou um robô pode ajudar a protegê-lo.

Por que robôs?
Um site pode ser usado indevidamente ou atacado por uma pessoa mal intencionada, manualmente. Por exemplo, a pessoa pode tentar descobrir a senha de entrada em uma área reservada do site, experimentando digitar várias senhas, para ver se acerta. 

Outro exemplo de ataque manual seria uma pessoa acessar o formulário de contato do site e em vez de mandar uma mensagem normal, digitar lá um link para um vírus e mandar. Se o funcionário da empresa que recebe as mensagens vindas do site estiver meio desatento, pode clicar no link e infestar a empresa de vírus.

Embora essas e muitas outras pilantragens possam ser feitas por pessoas interagindo manualmente com sites, na prática, os bandidos preferem usar robôs de software - programas de computador - para a grande maioria desses serviços sujos, em vez de fazer manualmente. 

Esses robôs (às vezes chamados de bots, abreviação do inglês robots) interagem com os sites simulando que são uma pessoa, um usuário comum. Porém, como um computador pode fazer tarefas repetitivas muito rápida e incansavelmente, o robô pode atacar milhares, ou milhões de sites e/ou atacar um mesmo site milhares de vezes.

Tentando muitas vezes em muitos lugares, jogam com a estatística. Mesmo que a maioria dos acessos ou ataques não traga resultados do interesse do bandido, numa grande massa de ataques um pequeno percentual de acerto já pode ser muito útil para quem criou o robô.

O teste de Turing
Como muitos dos acessos indevidos e ataques a sites são feitos por robôs, se o o site souber identificar se quem (ou o que) está tentando usá-lo é uma pessoa ou é um robô, é possível abortar muitas tentativas de acesso indevido ou ataque. É só barrar os robôs e deixar passar as pessoas.

Para fazer essa distinção, entre pessoas e robôs, se usa conceitos introduzidos por um pioneiro da computação, o inglês Alan Turing. Ele observou que apesar das capacidades enormes dos computadores, há algumas tarefas intelectuais nas quais o humanos são melhores que computadores e que isso pode ser testado.

Então, se o site propuser ao visitante um desafio intelectual que um humano resolve bem e um computador não resolve tão bem - um teste de Turing - só os humanos passarão e os robôs serão barrados.

CAPTCHA
Completely Automated Public Turing test to tell Computers and Humans Apart (Teste de Turing Público Totalmente Automatizado para Diferenciar Computadores de Humanos) é o nome genérico e sua iniciais - CAPTCHA - a respectiva sigla genérica, usada para nomear as medidas de segurança que se baseiam em desafios intelectuais que sejam mais fáceis para humanos do que para computadores, permitindo identificá-los.

A primeira geração destes testes apostou na leitura de textos com as letras distorcidas ou com riscos, manchas e outras interferências, para dificultar a leitura. Alguns desses textos são relativamente fáceis de decifrar por uma pessoa, mas atrapalham os programas de leitura automática (veja na imagem).

Depois, se começou a usar nossa capacidade de reconhecer imagens. Por exemplo, exibir uma foto ou uma série de fotos de ruas de cidade e pedir para o visitante do site marcar quais partes da foto ou quais fotos contém sinais de trânsito. 

Embora seja fácil para um humano reconhecer se uma paisagem contém ou não um sinal de trânsito, é difícil se construir um programa de computador que reconheça todo os possíveis sinais de trânsito, fotografados em diferentes ângulos, distâncias, ambientes e planos de fundo. 

O mesmo truque pode ser usado com quaisquer  imagens que contenham elementos que pertençam a um grupo semântico óbvio, mas que possam ser apresentados graficamente de formas muito diferentes. (veja na imagem).

reCAPTCHA
Um problema crescente dos CAPTCHAS mais comuns, na sua maioria baseados na habilidade de ler textos e reconhecer padrões em imagens, é que os softwares com uso de Inteligência Artificial estão ficando muito capazes na leitura de texto e reconhecimento de imagens. Estes avanços são gerados para softwares úteis, mas inevitavelmente também vão sendo copiados e incorporados aos robôs mal intencionados. 

Com isso, está ficando cada vez mais difícil produzir textos ou imagens que um humano reconheça e um computador não. Para os melhores robôs não vencerem o desafio de um CAPTCHA, é necessário ele apresentar um texto tão distorcido, ou uma imagem tão vaga, que fica difícil ou muito desconfortável para um humano vencer o mesmo desafio.

Para se lidar com esse problema os CAPTCHAS de mais nova geração acrescentaram uma nova ferramenta, também baseada em técnicas de Inteligência Artificial, na tarefa de tentar reconhecer e barrar robôs de usarem sites. É a chamada análise comportamental

Ao interagir com um site, os seres humanos seguem padrões de comportamento, como por exemplo velocidade e ordem de digitação, cliques, pausas e movimentos. Também costumam seguir padrões de conteúdo quando escrevem. 

Tudo isso pode ser monitorado e comparado entre usuários do mesmo site e com amostragens de outros sites, para detectar anomalias ou comportamentos atípicos, que denunciem um robô.

O sistema mais conhecido desse tipo de reconhecimento comportamental é o reCAPTCHA da Google. Ele pode ser configurado para só fazer a análise comportamental do usuário, ou fazer uma certificação em dois níveis: verificar o comportamental e também apresentar imagens para reconhecimento.

Quando você clica com o mouse (ou com o dedo) naquele botão "Eu não sou um robô" do reCAPTCHA, não faz só uma declaração inócua, ou redundante, de sua humanidade. Faz um movimento com a mão que o site monitora, para ver se você está se movendo como uma pessoa.

Dificuldades e incertezas
Eu gostaria de alertar a prezada leitora e o prezado leitor que, apesar dos avanços das tecnologias de CAPTCHA, pode haver robôs que conseguem enganá-los. 

No mundo da tecnologia da informação acontece uma espécie de corrida armamentista interminável: continuamente os criadores de mecanismos de CAPTCHA vão melhorando seus produtos e os criminosos vão melhorando seus robôs. Ainda não chegamos no apocalipse do filme Exterminador do Futuro, mas hoje já estamos vendo alguns sistemas baseados em Inteligência Artificial tentando derrotar outros sistemas baseados em Inteligência Artificial...

Outra ameaça aos sistemas de CAPTCHA, menos tecnológica, é que alguns bandidos usam enormes grupos de pessoas contratadas, para resolver os desafios intelectuais apresentados pelos CAPTCHA. O bandido paga alguns centavos por desafio vencido e os contratados passam horas resolvendo milhares de CAPTCHAs de diferentes sites. 

Isso geralmente é feito remotamente, um uso perverso de home office: quando o robô encontra em um site um desafio de CAPTCHA que não consegue entender ou resolver, faz uma cópia e manda pela Internet para um dos humanos contratados. O humano pilantra, que ganha uns trocados como ajudante de robô pilantra, resolve o desafio e manda de volta a resposta para o robô usar. 

Segurança nunca é simples
Apesar das dificuldades e incertezas que relatamos, os mecanismos de CAPTCHA mais modernos podem sim barrar muitos robôs de software - bots - que tentem atacar ou acessar indevidamente seu site prezada leitora, prezado leitor. 

Da nossa experiência prática, o uso de mecanismos CAPTCHA reduz bastante, ou zera, muitas das chateações geradas por robôs, como por exemplo mensagens indesejadas - spam - recebidas via formulários do site.

No entanto, como qualquer mecanismo de segurança, não são perfeitos ou infalíveis e precisam ser complementados com outras ferramentas, procedimentos e treinamentos da equipe, para compor uma política de segurança mais completa.

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quarta-feira, 23 de junho de 2021

Vender via pessoas: os negócios para os quais o e-commerce não serve


A pandemia ajudou a comprovar que muitos negócios podem funcionar total ou parcialmente como e-commerce. Porém, para muito negócios vender por e-commerce é inviável ou não é a melhor estratégia, com pandemia ou sem pandemia. O marketing digital também pode ajudá-los.

Risco de vida
Já há bastante tempo existe uma enormidade de itens que para comprar basta escolher em um site ou aplicativo e clicar. Pronto, tá comprado. Nestes tempos de pandemia então, que sair de casa virou risco de vida, muito mais empresas se apressaram a montar algum tipo de e-commerce para atender os voluntária e involuntariamente quarentinados.

No entanto, apesar do sucesso e praticidade do e-commerce, há uma outra enormidade de produtos e serviços que não podem ser vendidos por e-commerce. Sua venda é impossível de ser totalmente automatizada em um site ou aplicativo para o o cliente comprar em modelo de autoatendimento.

Self-service
A palavra chave no parágrafo anterior é autoatendimento. Toda compra que o cliente possa configurar sozinho o que precisa, tanto técnica quanto comercialmente, pode se tornar e-commerce. Se a pessoa é capaz de definir exatamente o que quer comprar, como vai pagar e como vai receber, ela pode usar um site ou aplicativo, ajustar esses parâmetros e fechar o negócio.

Isso não quer dizer que, na prática, todo negócio que poderia oferecer compra com autoatendimento já tenha virado e-commerce parcial ou totalmente, ou esteja pensado em fazê-lo. Muitas empresas não deram ou não querem dar esse passo, por diferentes razões. Também há consumidores que se sentem mais confortáveis, seguros ou entretidos comprando de um jeito mais tradicional.

Mas pelo menos em tese, para todos os produtos e serviços onde daria para o cliente escolher todos os parâmetros técnicos e comerciais em um site, daria para ser e-commerce.

Pessoas, ideias e experiências
Do outro lado, há uma enormidade de negócios onde é inviável o autoatendimento na compra (e portanto o e-commerce é inviável). São aqueles onde comprador não consegue, não pode, ou não quer fazer todas as definições técnicas ou comerciais só clicando em um site, seja um consumidor ou um comprador institucional. É preciso uma interação entre pessoas.

A venda de muitos produtos e serviços complexos dependem dessa interação entre uma ou mais pessoas do lado comprador com uma ou mais pessoas do lado vendedor, como o agronegócio, indústria, serviços para empresas e muitos produtos e serviços para o consumidor, como os dos segmentos técnicos,  criativos e do conhecimento. Porém, onde a necessidade de interação entre pessoas é mais visível é nos casos que envolvem um projeto ou um contrato

Exemplificando: não é possível você entrar em um site, dar a metragem do seu apartamento, dizer que gosta do estilo modernista mas gostaria de uns toques marroquinos, clicar um botão e o site criar automaticamente uma lista de sofás, tapetes, armários e outros itens para decorar o seu apartamento. Daí seria só dar o número do cartão de crédito e pronto...

Para definir um projeto de decoração é necessário interagir várias vezes com um arquiteto ou decorador e dessa troca de ideias e experiências ir refinando a lista de itens a serem comprados, os serviços associados e os cronogramas de entrega e pagamentos. É impossível essa complexa transação acontecer em um e-commerce.

O mesmo acontece também com muitos outros tipos de projetos, residenciais ou empresariais. Não é possível um gerente de informática entrar em um site, informar o número de funcionários e computadores da sua empresa, clicar um botão e o site listar automaticamente todos os produtos e serviços que ele precisa para evitar todos os riscos de perda ou ataque aos seus dados. 

De novo, é necessária uma complexa troca de ideias e experiências de pessoas do lado comprador e do lado vendedor, impossível no e-commerce.

Outros exemplos seriam casos que a compra do produto ou serviço precise de uma certa engenharia financeira, administrativa ou jurídica para acontecer: um contrato

Tanto vendas de maior valor para o consumidor, quanto vendas de empresa para empresa, de qualquer valor, muitas vezes demandam a negociação e formalização de cláusulas de pagamento e entrega, modelos de financiamento, comissões, penalidades, multas e muitos outras amarrações e compromissos. 

Isso tudo também demanda  uma complexa troca de ideias e experiências entre pessoas, impossível de automatizar em um e-commerce. Ninguém compra uma casa só clicando em um site.

A falha fundamental do e-commerce
Aqui gostaríamos de fazer uma intervenção nessa longa e sensata  argumentação sobre as diferenças entre atender um cliente com um site ou aplicativo versus atendê-lo com pessoas, para lembrar a prezada leitora e o prezado leitor como o mundo real funciona: a humanidade se move com preguiça e sem vontade. 

Ou, para agradar os mais otimistas ou iludidos com a real natureza do homo sapiens, eu vou dizer que a humanidade se move em um ritmo que não é o que você gostaria para as suas vendas. E acontece que todo e-commerce é fundamentalmente passivo, ou seja, seu site ou aplicativo fica lá parado esperando a boa vontade do consumidor ou do comprador institucional. 

Tá, você pode bombardear de anúncios a mídia convencional, o Google e as redes sociais, mas por mais que você faça o potencial cliente só começa a conversa - só entra no seu site ou aplicativo - a hora que lhe der na telha. E mais: depois de começada a conversa, ele pode parar no meio, ou ir devagar. Insuportavelmente devagar.

Já uma equipe de vendas pode começar a conversa ou fazê-la andar mais rápido, mesmo que ela tenha começado na Internet. Nos meus anos de experiência em marketing e vendas, eu aprendi a valorizar a bruta diferença que um vendedor energético e carismático pode trazer aos resultados comerciais.

Então, mesmo que seu negócio se enquadre na nossa definição de negócios que podem operar em e-commerce, que o cliente pudesse comprar de você com autoatendimento em um site, essa pode não ser a melhor estratégia, pelo menos não para todas as suas vendas.

Agora vamos falar bem da Internet
O fato de que muitos negócios não possam ser fechados no modelo de e-commerce, ou que e-commerce não seja a estratégia comercialmente mais eficaz no seu caso, não significa que a Internet não possa ajudar e muito, qualquer negócio.

A Internet pode ajudar a criar conhecimento e boa vontade prévias para sua empresa, produto e serviços - fazer branding -, pode ajudar encontrar clientes potenciais - gerar leads - e pode ajudar no processo de empurrar o cliente ao longo do funil de vendas. 

Só tem que tomar um cuidado: o jeito da Internet ajudar - o marketing digital - não é exatamente o mesmo se você vai fechar o negócio em um site ou aplicativo (e-commerce) ou se vai fazê-lo via pessoas.

Nosso jabá
Antes da prezada leitora e do prezado leitor irem embora, fica aqui nosso agradecimento pelo seu tempo e sua atenção, bem como a lembrança que a Vendere é muito boa em fazer marketing digital para empresas que fazem suas vendas via pessoas. 😀

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quarta-feira, 16 de junho de 2021

O que é sales enablement?


Para vender mais, a maioria das empresas precisa aumentar a sintonia entre marketing e vendas, com atividades, ferramentas e até profissionais dedicados em sales enablement.

Cães e gatos
Quando este que vos escreve chefiava o marketing de uma multinacional, havia uma fórmula simples para enraivecer minha equipe: lembrá-los que quem pagava o salário deles eram os vendedores. 

Isso acontecia porque muitos marqueteiros se acham "criadores". Acreditam que seu trabalho é produzir slogans incríveis, anúncios marcantes, postagens campeãs de likes e, é claro, gracinhas e piadas memoráveis. Nesse meio, muitas vezes o trabalho de vendas é visto como uma bronca atividade de caçar pedidos, quase desconectada das atividades intelectuais e inspiradas do marketing.

Do seu lado, a equipe de vendas também olha com desconfiança os dândis que não tem cota para cumprir. Lá no marketing eles não precisam passar o dia inteiro no trânsito congestionado, indo de uma reunião com café frio e velho para outra numa sala sem ar condicionado no verão, vestindo terno. Seguidas de uma terceira na qual o cliente não pode comparecer, mas a secretária dele só lembrou de avisar quando o vendedor já tinha chegado em Sorocaba...

Muitas vezes parece ao vendedor que os caras do marketing, lá no conforto do décimo andar na Faria Lima, não entendem o que realmente é preciso para arrancar um grande pedido.

A incompreensão mútua é previsível. Equipes de vendas e marketing tem muito diferentes o dia a dia, a formação e, na maioria das vezes, a personalidade característica para o sucesso na área. No entanto, é preciso um esforço da empresa para ajudá-los a se entender e se ajudar mais. 

Porque sim, é o vendedor que paga seu salário prezada leitora, prezado leitor, marqueteiros que estejam lendo esse blog. Porém, sem sua ajuda, o trabalho de vendas pode ficar muito difícil ou até impossível.

Sales Enablement
A definição comum de sales enablement é :
"O processo interativo de fornecer à equipe de vendas tudo o que ela precisa para fechar mais e melhores negócios".
Na prática isso significa tornar a vida da equipe de vendas mais fácil e eficaz com materiais, eventos e conteúdos, ferramentas (metodologias, softwares), treinamento e informação.

A palavra chave na parágrafo anterior é interativo. Ou seja, tem que existir um processo multidirecional, baseado em dados, onde marketing, vendas e a alta gestão tem que conversar, planejar e medir o que foi feito, o que deveria ser feito, o que pode ser feito, o que funcionou e o que não funcionou.

Para acontecer, a empresa precisa de uma estratégia, um processo e um responsável. Muitas vezes é um processo que precisa de uma consultoria externa para ser implementado.

Uma longa jornada começa no primeiro passo
Uma estratégia e um processo de sales enablement, podem começar com a implementação de um bom software de CRM ( Customer Relationship Management, geralmente traduzido para Sistema de Gestão de Clientes).

Estes softwares já trabalham algumas das questões relacionadas e provêm ferramentas de relatório e comunicação entre marketing e vendas. Além disso, algumas das empresas fornecedoras desses softwares, ou suas revendas, fazem projetos de sales enablement personalizados.

Porém, se você não quer ou não pode gastar esse dinheiro agora, pode adotar uma mentalidade de sales enablement. Tentar estabelecer um processo de melhoria constante de materiais e processos de marketing e vendas, começando com reuniões periódicas das áreas sob a supervisão de uma gestão focada em aumentar a sintonia, a sinergia e, é claro, os resultados de vendas.

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terça-feira, 8 de junho de 2021

Site ou aplicativo? Qual é melhor para seu negócio?


Para que serve um site ou um aplicativo? Quais as vantagens técnicas, operacionais e comerciais de cada um?

Embora sites e aplicativos sejam ambos ferramentas de contato entre empresa e público, eles tem importantes diferenças. Neste post vamos começar pelas diferenças técnicas e daí avançar pelas suas implicações no marketing.

Meus professores de ciência da computação podem reclamar, mas é o que temos para hoje
Dada a formação deste que vos escreve, eu poderia aqui fazer uma explicação detalhada e chatíssima de tecnologia, mas para efeito de falarmos sobre o que importa para o marketing da empresa da prezada leitora e do prezado leitor, aí vai uma versão executiva:

Um site é um software (um conjunto de programas de computador e arquivos auxiliares) que roda no navegador, no browser. Ou seja, um site é um programa de computador que para funcionar usa como base o navegador instalado naquele computador ou celular: Chrome, Safari, Microsoft Edge, Internet Explorer, etc. 

Fisicamente, um site não fica armazenado no celular, tablet ou computador onde está funcionando. Fica em um servidor na Internet e a cada vez que é acessado é trazido através da Internet e daí carregado no navegador.

Um aplicativo (ou app) é um software que roda direto no sistema operacional do celular, sem navegador. Ou seja um aplicativo é um programa de computador que para funcionar usa como base o sistema operacional instalado naquele celular ou tablet: Android ou iOS. 

Fisicamente, os aplicativos ficam armazenados no celular ou tablet local, depois que a pessoa os baixou e instalou no seu celular ou tablet. A cada vez que é acessado é carregado localmente, sem passar pela Internet. No entanto, na maioria das vezes, depois de carregado tem que buscar dados na Internet para operar.

Vamos ver as implicações dessas diferenças técnicas no seu uso para o marketing:

Compatibilidade
Um mesmo site funciona em todos os computadores, em todos os celulares e todos os tablets. Se for um site responsivo (projetado para alterar seu elementos visuais para diferentes tamanhos e orientações de telas) ele proporciona uma experiência similar para todos os visitantes, em todas as plataformas. 

Isso é possível porque embora haja diferentes fabricantes de navegadores, por exemplo o Chrome é fabricado pela Google, o Edge é fabricado pela Microsoft e o Safari pela Apple, todos eles seguem a padronização internacional estabelecida pela W3C - World Wide Web Consortium, uma organização mundial de padrões que tem participação de governos, universidades e institutos de pesquisa. 

Já aplicativos são especificamente projetados para plataformas móveis, não rodam em computadores. Além disso, como não há padronização entre os sistemas operacionais de celulares, um aplicativo precisa ter desenvolvidas versões diferentes para diferentes sistemas operacionais de celulares, geralmente para os dois mais populares: Android e iOS.

Disponibilidade
Um navegador (browser) já vem instalados de fábrica em todos os computadores, tablets e celulares, assim todo site está imediatamente disponível em todas as plataformas, basta carregar o navegador e informar o nome/endereço do site. 

Já um aplicativo precisa ser baixado uma primeira vez de uma loja de aplicativos na Internet - como Apple Store ou Google Play - e daí instalado no celular ou tablet para depois poder ser usado.

Um site só pode ser usado se o computador ou celular estiver conectado na Internet, já um aplicativo pode ser usado sem conexão à Internet porque está fisicamente no celular ou tablet. Porém, se depois de entrar no ar o aplicativo precisar de informações que não estão no celular, precisará também de conexão à Internet.

Recursos
Para acessar informações que estejam na Internet site e aplicativos se equivalem, porém para acessar recursos de hardware nativos do celular um aplicativo é mais eficaz porque "fala" direto com o sistema operacional do celular, em alguns casos fala direto com o hardware, sem ter que usar o navegador como intermediário.

Então, para serviços que demandam uso pesado ou sofisticado de GPS, câmera, sensores de posição e movimento do celular e outros recursos de hardware, um aplicativo é mais capaz. Além disso, por residir fisicamente no celular um aplicativo carrega mais rápido (porque não tem que vir pela Internet).

Por outro lado, um site não ocupa permanentemente espaço no celular, porque é armazenado na Internet. Já o aplicativo ocupa, porque é  armazenado no celular.

Investimento
Desenvolver um aplicativo custa bem mais caro de que um site com aproximadamente as mesmas funções. Grosso modo, precisa de programadores mais difíceis de achar e mais caros de contratar. Além disso um aplicativo geralmente precisa ser confeccionado em pelo menos duas versões (para Android e iOS) e daí passar pelo processo de aprovação das lojas digitais de aplicativos para celular, para depois ser disponibilizado para download.

Além desse custo da primeira vez, cada vez que um aplicativo precisa ser atualizado ou alterado o processo precisa ser repetido. Mais custo e mais prazo. Já para atualizar um site é só atualizar no servidor porque ele é carregado de novo a cada uso.

Ajudando a escolher

1) Você tem que ter um site. É o único jeito de você ter certeza que seu marketing vai conseguir falar com todo o público, independente do equipamento - computador, notebook, tablet ou celular - que porventura o cliente esteja usando.

2) Se você vai prestar um serviço que usa fortemente GPS (por exemplo acompanha em tempo real o caminho de um motoqueiro entregador), ou usa recursos avançados de câmera (como por exemplo faz realidade virtual, combina vídeo em tempo real com imagens digitais), ou usa recursos avançados de posição e movimento de celular (como por exemplo um game que responde aos movimentos da pessoa) um aplicativo é o melhor caminho. 

Embora um site também possa acessar muitos recursos de hardware, por exemplo verificar a localização da pessoa via GPS ou tirar uma foto dela com a câmera, para usos mais avançados que esses um aplicativo pode ser uma melhor opção.

3) Se o seu cliente acessa 5 ou mais vezes por dia um serviço que você presta pela Internet (como por exemplo uma rede social) um aplicativo, por residir no celular e assim ser de carga mais rápida, pode oferecer um serviço mais confortável para seus clientes. 

Aqui é importante avisar que não adianta você se iludir que um cliente vai acessar 5 vezes por dia sua empresa só porque você oferece um aplicativo. Se a pessoa não está com muito interesse, pode ser site, aplicativo, e-mail, pombo correio ou mensagem do além. Ela não vai acessar. 

Funciona porém na outra direção: se cada pessoa já usa muitas vezes por dia um serviço que você presta via Internet, pode ser mais prático e rápido para ela ser via aplicativo.

4) Se você vai prestar um serviço que é importante funcionar sem acesso à Internet, só um aplicativo pode rodar no celular sem Internet, um site não pode. No entanto, não adianta só o aplicativo carregar. É preciso que todas as informações necessárias para seu funcionamento - como dados, tabelas e imagens -  estejam guardadas no celular, porque sem Internet ele não tem como ir buscá-las.

O resumo da ópera
Um site é mais uma ferramenta de comunicação com seu público, enquanto um aplicativo é uma ferramenta de prestação de serviços móveis ligados a recursos mais avançados de hardware do celular.

Se você quer falar com seus clientes e potenciais e prestar serviços que não dependem de uso intenso e avançado do GPS, câmera e sensores, um site resolve seu problema de forma mais abrangente, fácil e barata. De quebra, o mesmo site funciona em computadores e notebooks, além dos celulares e tablets.

Se você quer prestar serviços na Internet só para celulares e tablets e que dependam muito do hardware, além de poder prestar serviços off line (que funcionariam sem conexão com a Internet), vale a pena você estudar a confecção de um aplicativo.

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