quarta-feira, 18 de setembro de 2019

Marqueteiros e médicos às vezes enfrentam um problema parecido


Médicos e tratamentos

Números do CDC / Center For Disease Control and Prevention - a mais importante agência do governo americano para a saúde pública - indicam que, no que diz respeito às doenças crônicas, cerca de um quinto das receitas médicas  (20%) nem são aviadas: as pessoas nem sequer vão comprar ou retirar os remédios. 

Das pessoas que aviam a receita e começam o tratamento, metade (50%) tomam incorretamente o que foi receitado. Erram no horário, dosagem, frequência ou duração do tratamento - param antes da hora.

E não estamos falando aqui de pequenos probleminhas de saúde. As pessoas não tomam direito, ou param de tomar, os remédios que vão impedir um ataque cardíaco ou derrame, que pode matá-las. Ou param de tomar os remédios que vão impedir o diabetes de cegá-las, ou a AIDS de devastar seus corpos... e por aí vai. 

Os motivos são diversos, econômicos, psicológicos e culturais e não cabe aqui nesse blog de marketing digital nos aprofundarmos nesse assunto médico, mas vamos refletir sobre um paralelo desse problema com um problema no marketing.

Marqueteiros e planos de marketing

O que cabe sim no tema deste blog é  um problema que encontramos no marketing digital. Guardadas as devidíssimas proporções, a medicina lida diretamente com a sobrevivência e o bem estar de seres humanos e o marketing lida com a sobrevivência e bem estar das empresas. 

E na nossa modesta participação nesse universo, o marketing digital, muitas e muitas vezes encontramos um problema parecido: as empresas não fazem o que elas sabem que iria melhorar sua situação. Ou até fazem, mas parcialmente ou sem o devido cuidado e atenção.

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“Remédios não funcionam no paciente que não os toma”
C. Everett Koop, MD
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Assim como nos casos médicos, às vezes o "paciente" (a empresa) nem começa o tratamento, mesmo diagnosticada que a coisa vai mal. Por exemplo, o site da empresa é obviamente antigo, ou amadoresco. Feito pelo próprio dono da empresa no Wix ou no "criador de sites" da Locaweb. 

Às vezes o site até que foi feito profissionalmente mas a última notícia publicada é de 2018. Ou o site é novo e bem feito mas a empresa não tem nenhum mecanismo de atrair tráfego para ele, ou seja, o site é uma tela atrás de um muro, ninguém vê. 

E quando a empresa é multinacional e enfia goela abaixo dos brasileiros site e/ou redes sociais LATAM? Para quem não sabe, LATAM é uma ficção geográfico, cultural comum nas multinacionais, que coloca todos os países para baixo do Rio Grande em um mesmo saco de gatos. Cliente brasileiro adora ser considerado "latino"...

Um denominador comum destes descuidos e erros é que muitas vezes é difícil para empresários, executivos ou funcionários das empresas os perceberem. Como uma rachadura na parede da sua própria casa que depois de algum tempo convivendo com ela você para de enxergar. O problema é que os visitantes a enxergam.

Por que parou? Parou por quê?

Em muitos casos que o "tratamento" começa, em que um programa de marketing digital moderno é aceito e iniciado, muitas empresas ou não seguem direito e/ou param no meio.

E não, não é que os remédios não estejam funcionando. Assim como as pessoas param de tomar mesmo quando os remédios estão funcionando, vemos empresas que param programas de marketing mesmo quando estão funcionando. 

Já vimos campanhas de marketing digital que estavam comprovadamente trazendo novos clientes serem canceladas. E outras serem feitas com tremenda má vontade ou falta de cuidado no que depende da equipe da empresa.

A importância da Internet

Claro que a importância da presença na Internet é diferente para cada ramo de negócio. Existem empresas que vivem dela e existem empresas que o relacionamento com o mercado é mais baseado em outras premissas, como vendedores, lojas físicas, relacionamentos pessoais, ou indicações. 

Nesses casos é comum a direção da empresa não alocar tanta verba ou pessoas para o marketing digital. E essa visão da direção também acaba permeando a organização, que trata a presença na Internet com baixa prioridade. E vão descuidando, deixando pra lá. "O mês que vem a gente faz".

Porém, mesmo nos casos em que a Internet não seja a principal fonte de entrada de clientes, ou mesmo que não entre nenhum novo cliente por ali, pelo menos ela não deveria dar tiro no próprio pé. 

Em pleno século 21 não dá para arriscar, qualquer que seja o ramo de negócios da empresa, que os clientes e potenciais não vão nem dar uma olhadinha no site, ou nas redes sociais do fornecedor. E que não vão se influenciar pelo que virem lá.

Tanatos

Na opinião deste que lhes escreve, me parece que é um erro a suposição que os seres humanos e as organizações fazem naturalmente o melhor para si mesmas e que só fatores externos jogam contra. A humanidade é muito mais complicada que isso. 

Comportamentos pessoais e empresariais auto destrutivos, ou pelo menos descuidados e danosos, não só são frequentes como podem continuar por anos, ou até décadas. Às vezes até a morte da pessoa ou da empresa. Dê um refletida e relembrada prezada leitora, prezado leitor. Quantas vezes na vida você viu pessoas (ou empresas) tendo atitudes que as prejudicam. E persistindo, mesmo quando avisadas...

O bom médico. E a boa agência digital

Assim com o trabalho do bom médico não é só diagnosticar e prescrever, mas passa também por tentar encontrar maneiras de ajudar as pessoas a aderirem ao tratamento, acreditamos que o trabalho da boa agência digital (como a Vendere 😃) não é só diagnosticar problemas e propor soluções.

O trabalho da boa agência digital passa também por encontrar maneiras de viabilizar a implantação dos programas de marketing digital levando em conta, ou apesar de, a verba, a cultura empresarial, as resistências e o estado de espírito de cada cliente.

Fontes:
CDC - .CDC Grand Rounds: Improving Medication Adherence for Chronic Disease Management — Innovations and Opportunities - https://www.cdc.gov/mmwr/volumes/66/wr/mm6645a2.htm

American Heart Association - Circulation Journal - Medication Adherence - https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/circulationaha.108.768986