quarta-feira, 8 de agosto de 2018

5 tipos de Fake News - 1/5) A falsa mesmo

Neste e nos próximos posts deste blog vamos abordar o fenômeno das Fake News. Embora a tradução de Fake News seja notícia falsa, acreditamos que junto com as notícias inventadas poderíamos colocar algumas outras maneiras de distorcer o conteúdo ou a distribuição das notícias na Internet, e chamá-las também de "Fake News". Vamos lá:

Fake News tipo 1 - A falsa mesmo
A mentira não é uma invenção da Internet. Provavelmente começou junto com a fala... O que a Internet inovou foi na possibilidade do mentiroso atingir uma audiência maior, gigante até. Pré-Internet você podia contar uma história inventada para uma meia dúzia de amigos. Se ela fosse especialmente picante ou curiosa pode ser que cada um deles repassasse pra mais outra meia dúzia.

Com as redes sociais, uma publicação pode viralizar (ficar popular e ser muito compartilhada, espalhar-se como um vírus) e atingir milhões de pessoas. E nada controla de antemão se o que você vai publicar na Internet  é verdadeiro ou falso, as pessoas podem publicar o que elas bem quiserem. 

Por um lado, essa facilidade de publicação na Internet é um triunfo da liberdade de expressão. As pessoas podem comunicar ao mundo o que pensam e acreditam, sem censura ou aprovação prévia por ninguém. Por outro lado, essa mesma liberdade permite que se espalhem informações mentirosas que podem ser muito danosas às pessoas ou instituições, ou à própria sociedade como um todo.

Adoçante no café não dá câncer
Um exemplo do que uma fake news pode causar, é a mentira que algumas vacinas podem provocar autismo, que se espalhou pelas redes sociais. É possível que pais tenham acreditado e deixado de vacinar as crianças. 

Não podemos afirmar que estes boatos sobre as vacinas que circulam na Internet foram a única causa, mas a Poliomelite e o Sarampo, que eram doenças controladas no Brasil, voltaram com força. É provável que outras causas, econômicas e estruturais façam parte do problema, mas com certeza não ajuda ninguém um pai ler na Internet a mentira que vacina pode prejudicar seu filho.

Quem vigia os vigilantes?
Dado o dano que notícias falsas - as fake news propriamente ditas - podem causar, as redes sociais tem tentado controlar sua publicação e divulgação, mas não é fácil. Não há tecnologia infalível para um computador diferenciar uma informação verdadeira de uma falsa. 

Por conta disso, algumas redes sociais tem tentado passar a verificação de notícias para pessoas: os próprios usuários da rede, os funcionários das empresas donas das redes sociais ou instituições, como ONGs verificadoras. Infelizmente, isso também não está funcionando muito bem.

Primeiro porque ninguém tem um grupo de pessoas grande o suficiente para checar manualmente os bilhões de informações que são publicados diariamente. Os computadores podem sim checar bilhões de informações, mas a partir de critérios estabelecidos por seus programadores nos algoritmos (procedimentos que seguem automaticamente regras pré-programadas). 

Ou seja, na checagem individual manual de uma informação, ou na checagem automatizada em grandes quantidades feita por algoritmos, quem decide ou que é verdadeiro ou falso são pessoas. E em ambos os casos já há acusações que os verificadores humanos  estariam sendo tendenciosos e marcando como verdadeiras as notícias que os agradam e como falsas as notícias que os desagradam. 

Por exemplo, teriam marcado como verdadeiras as notícias que mostravam pontos positivos de um político ou causa que o verificador apoiava e marcado como falsas as notícias que mostravam pontos negativos. A tecnologia avança, mas a natureza humana permanece a mesma....

É cada um por si
Tudo leva a crer que, pelo futuro previsível não haverá solução completa, nem baseada em tecnologia nem baseada em gente, para o problema de mentiras circulando pela Internet. Você vai ter que aprender a se defender por conta própria.

Próximo post da série: 5 tipos de Fake News - 2/5) A narrativa

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