quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Nas redes sociais você não é o cliente. É o produto.


Uma lição que deveria ser ensinada e repetida a todos os jovens (e muitos adultos) é aquela do título de um dos livros do americano Milton Friedman, vencedor do prêmio Nobel de economia: Não existe almoço grátis.

O monopólio do uso da força
Se alguém recebeu um produto ou serviço, alguém teve que pagar pela produção daquele produto ou serviço. O estado (o governo) consegue gerar a ilusão da gratuidade - hospital público grátis, escola pública grátis, casa própria grátis - porque pode obrigar alguns cidadãos a pagarem impostos. Um almoço nunca é grátis, o estado só força uma pessoa a pagar pelo almoço de outra.

Porém, para a empresa privada a vida é bem mais difícil do que para o governo. Ela não tem meios legais de obrigar alguém pagar a conta para ela. Não tem o monopólio do uso da força, como o estado tem. Sendo assim, uma empresa tem que encontrar quem pague voluntariamente pelo que vende e com esse valor bancar seus custos. 

Uma empresa pode até dar amostra grátis, prover diferentes tipos de "teste drive", ou vender abaixo do custo por um período para ganhar mercado, mas se der seus produtos ou serviços de graça indefinidamente, vai à falência.

Google, Facebook, Instagram e as outras big tech são empresas como quaisquer outras
Portanto prezada leitora e prezado leitor, a rede social onde você publica de graça, o aplicativo que você baixa de graça, o clip de música que você ouve de graça, o site de pesquisa que responde suas perguntas de graça... alguém está pagando. Se não, essas empresas de redes sociais, aplicativos e pesquisa iriam à falência.

Tente imaginar a quantidade de computadores. espaço em disco, linhas de comunicação e respectivas equipes de suporte e manutenção que o Facebook tem que ter, para servir 2.89 bilhões de usuários ativos, que podem publicar o quanto quiserem. 

Já o YouTube tem 2 bilhões de usuários e recebe 500 horas de vídeo por minuto desses usuários, todos os dias, 365 dias por ano. Já pensou a quantidade de armazenamento digital para guardar esses vídeos? E o custo de linhas de comunicação para tudo isso ser acessado rapidamente de qualquer lugar do mundo? 

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Se você não está pagando por alguma coisa, você não é o cliente.
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Quem paga seu almoço nas redes sociais
E quem está pagando esta gigantesca infraestrutura e mais o lucro que levou as big techs a serem as maiores empresas do mundo - quem está pagando o seu almoço grátis nas redes sociais - paga por que? Está comprando o que? Qual é o produto que a rede social entrega em troca do dinheiro deles?

Como você já pode ter percebido, ela entrega seu tempo e atenção, até aí não muito diferente de um canal de TV ou estação de rádio que entrega  o mesmo para os anunciantes. Mas uma rede social entrega muito mais que isso para os pagantes. 

Entrega seus dados demográficos, sua localização geográfica, seus gostos e preferências, seu histórico de pesquisas e compras, sua rede de contatos pessoais - seus amigos e parentes. E, de quebra, você ainda produz de graça para elas o conteúdo - as fotos, vídeos e textos - que a rede social exibe.

Você não é o cliente das redes sociais. Você é o produto que ela vende.

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