Tentar criar um site ou aplicativo para competir com o Google, à primeira vista pode parecer uma tarefa para lunáticos ou masoquistas. No entanto, o próprio gigantismo e generalismo do Google às vezes faz com que ele não atenda, com igual eficiência, todos as incontáveis necessidades de diferentes nichos. Aí pode haver espaço para competidores. Pelo menos é o que acredita Alexandra Van Houtte, a fundadora do Tagwalk, um site para pesquisa de imagens de moda, que várias reportagens internacionais chamaram de "o Google da moda".
A ideia surgiu há 4 anos atrás quando Alexandra, então com 29 anos, trabalhava como assistente em Paris, com a missão de pesquisar fotos para editoriais de moda. A chatíssima e ineficiente tarefa de rolar telas e mais telas de sites procurando o
look certo - que ela percebeu ser um problema que ela compartilhava com assistentes, estagiários e estilistas no mundo todo - lhe sugeriu que poderia haver um jeito mais moderno de fazer as coisas.
Nas palavras da própria Alexandra: "Para uma indústria multibilionária, que se orgulhava de ser inovadora, todo o sistema era totalmente sem esperança". Para tentar resolver o problema, em maio de 2015 ela fundou a Tagwalk, primeiro contando só com dinheiro próprio e depois com ajuda de investidores, como Carmen Busquets (investidora fundadora do site Net-a-Porter) e Adrien Cheng (fundador da C Ventures).
O objetivo central da iniciativa era indexar com palavras chave (
tags) fotos de moda, em particular fotos de desfiles de passarela (cat
walk, em inglês), daí o nome
Tagwalk. Essa indexação poderia facilitar aos profissionais da área (ou amadores interessados no assunto) encontrar imagens que procurem.
Inicialmente a própria Alexandra fez manualmente o trabalho de atribuir palavras chave / tags às imagens. Hoje, usando programas de inteligência artificial e colaboradores humanos a empresa tem um banco de dados de mais de 128.000 imagens indexadas usando mais de 2.800 palavras chave.
Além dos serviços de pesquisa de imagens para assinantes o site oferece também a possibilidade de marcas menores, que não fizeram desfiles ou fizeram desfiles muito menos concorridos e expostos pela mídia, incluir suas imagens nos bancos de dados da empresa junto com as grande marcas, na prática uma espécie de desfile virtual.
Outra fonte de renda da empresa é análise estatística das pesquisas realizadas, tanto de imagens quanto de palavras chave, que podem detectar tendências da moda. Embora a base atual de 25.000 assinantes do site seja pequena, o perfil dessas pessoas é bastante profissional e influente na moda, seu comportamento de pesquisa pode revelar tendências importantes deste mercado.
Para quem quiser conhecer:
https://www.tag-walk.com/